O presidente da Rússia, Vladimir Putin, realiza hoje uma visita oficial a Portugal dominada pelas questões culturais e políticas. Vladimir Putin chega a Lisboa ao princípio da tarde (14:55) de hoje e segue directamente para o Mosteiro dos Jerónimos, para as cerimónias militares reservadas aos chefes de Estado e a habitual cerimónia de deposição de uma coroa de flores no túmulo de Camões.
Os presidentes de Portugal e da Rússia seguem depois para o Palácio de Belém para se reunirem, a partir das 15:55, estando previstas declarações à imprensa de ambos cerca das 16:30. Depois de Cavaco Silva, Putin vai encontrar-se com o primeiro-ministro português, José Sócrates, no Palácio de São Bento às 16:50, após o que serão assinados uma série de acordos bilaterais.
Ao final da tarde (19:30), Vladimir Putin é recebido por Cavaco Silva no Palácio da Ajuda para a inauguração oficial, seguida de visita guiada, da exposição "De Pedro, o Grande, a Nicolau II – Arte e Cultura do Império Russo nas Colecções do Hermitage". O programa segue com um concerto de piano, previsto para as 20:30 e oferecido pelo presidente russo ao seu homólogo português e o tradicional banquete oficial, também no Palácio da Ajuda.
Cavaco Silva reúne-se pela primeira vez com o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, numa visita oficial que o Chefe do Estado português quer que ajude a criar "um bom clima" para a cimeira União Europeia-Rússia.
Na véspera do início da visita oficial de um dia de Putin a Portugal, fonte da Presidência da República disse à Agência Lusa que "o bom clima das relações bilaterais pode reflectir-se na Cimeira da União Europeia (UE) com a Rússia", sexta-feira em Mafra.
Apesar de não ter sido divulgada a agenda do encontro, os dois presidentes deverão analisar as relações entre os dois países, sem qualquer contencioso, e também a cimeira que juntará Putin e José Sócrates, primeiro-ministro português e presidente do Conselho Europeu.
Por seu turno, o primeiro-ministro José Sócrates e o presidente russo, Vladimir Putin, presidem, em Lisboa, à assinatura de acordos económicos entre Portugal e Rússia, um deles para desenvolver uma linha de crédito de 200 milhões de euros.
Segundo fonte do executivo de Lisboa, a assinatura dos acordos bilaterais ao nível económico insere-se num clima político "muito positivo nas relações entre Portugal e a Rússia" – ambiente que foi "cimentado" com a visita de José Sócrates a Moscovo, em Maio passado.
Ao nível de acordos bilaterais, os governos de Lisboa e de Moscovo vão assinar pelo menos três nas áreas financeira e económica (infra-estruturas e vias de comunicação).
Já em preparação desde Maio passado, com a supervisão do ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, a linha de crédito de 200 milhões de euros vai envolver a Caixa Geral de Depósitos e um banco russo.
Segundo o texto do acordo, os dois bancos vão prestar "colaboração mútua na identificação e desenvolvimento de oportunidades na exportação de bens e serviços portugueses e russos".
A Caixa Geral de Depósitos e o banco russo vão também concertar-se para promover o investimento directo de empresas russas em Portugal e de empresas portuguesas na Rússia.
No caso dos investimentos nacionais, a linha de crédito apoiará sobretudo projectos de investimento na construção de infra-estruturas russas. No total, 1.300 elementos das forças policiais garantirão a segurança do presidente russo durante os dois dias em que permanecerá em Portugal.
Esta é a segunda visita oficial de Vladimir Putin a Portugal, depois de em Novembro de 2004 o presidente russo ter quebrado mais de dois séculos de 'jejum' ao retribuir em Lisboa a visita de Estado que o presidente Jorge Sampaio fez à Rússia em Outubro de 2001.
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