O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais espera que até ao final de 2011 a Madeira tenha quatro grandes lagoas de retenção e armazenamento das águas das chuvas, para enfrentar problemas de escassez devido às alterações climáticas.
Manuel António Correia preside, nas Águas Mansas, freguesia da Camacha, à cerimónia de lançamento da primeira pedra da construção da primeira deste conjunto de lagoas.
Esta lagoa destina-se ao armazenamento de águas superficiais provenientes da ribeira da Boaventura e transportadas pela levada dos Eiroses. A lagoa terá uma capacidade máxima de 214.500 metros cúbicos e a água armazenada garantirá o reforço ao abastecimento público de água potável às zonas altas da freguesia de Santo António da Serra. Também servirá para a reposição de caudais ao regadio do lanço Sul do Canal dos Tornos, na eventualidade de supressão de água desse canal para reforço do abastecimento público de água potável aos concelhos do Funchal e Santa Cruz, durante o período mais crítico do Verão.
A estas seguir-se-ão a construção de lagoas na Portela e no Paúl da Serra e à recuperação da existente no Santo da Serra.
“Com estas lagoas teremos, directa ou indirectamente, todos os concelhos a Sul beneficiados de água para rega e com valência para consumo humano”, disse à Lusa Manuel António Correia.
Para o secretário regional, estas lagoas são “absolutamente estruturantes e decisivas para a Madeira” e permitirão “preparar a Região para o fenómeno das alterações climáticas”. Um estudo encomendado pela Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais sobre impactos e opções de adaptação às alterações climáticas na Madeira apontam para a possibilidade de ocorrer uma “redução da disponibilidade de água à escala anual”.
O estudo foi encomendado ao Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. “As projecções apontam para uma redução significativa do volume de água disponível anualmente para a recarga e para o escoamento superficial de 30 por cento até 2050 e 40 por cento a 50 por cento até ao final do século”, salienta o estudo, coordenado pelo professor Filipe Duarte Santos.
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