A produção industrial do primeiro automóvel eléctrico português, o Eco Vinci, deverá arrancar em Janeiro de 2009, na Maia, e resultará de um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros. A Câmara Municipal do Porto é um parceiro privilegiado da empresa responsável pelo projecto e será nas suas ruas que o protótipo será testado.
O nome do carro é Eco Vinci. O responsável pelo projecto é a empresa Retroconcept. A aposta num carro eléctrico, o primeiro a construir em Portugal, está planeada para 2009 e custará cerca de 2,5 milhões de euros.
Segundo Miguel Rodrigues, director-geral da Retroconcept, ainda “é prematuro” avançar com um preço de venda ao público deste novo automóvel “amigo do ambiente”. No entanto, lembra, o projecto resultará num veículo utilitário e que terá, por isso, um preço competitivo.
Alimentado por energia eléctrica, o Eco Vinci será um veículo sem emissões de CO2. “Já fizemos história com os modelos Vinci GT e Vinci Sport. Queremos continuar a fazê-la”, frisou o director-geral do centro de excelência industrial para produção de automóveis de nicho.
De acordo com Miguel Rodrigues, o protótipo funcional do Eco Vinci deverá ficar concluído em Julho do próximo ano, entrará em fase de testes em Agos-to e, se tudo correr bem, a produção in-dustrial avançará em Janeiro de 2009.
O protótipo do automóvel está já a ser desenvolvido no Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel, na Maia, um dos parceiros do projecto.
O automóvel não poluente e movido a uma energia alternativa ao petróleo terá como primeiro cliente a Câmara Municipal do Porto, ao abrigo de um protocolo já firmado entre as duas entidades e que prevê que o protótipo do Eco Vinci comece a circular, em fase de testes, na cidade, ao serviço da autarquia. A Retroconcept, em parceria com a Câmara do Porto, está a desenvolver “uma estratégia inovadora” de mobili-dade sustentável para a cidade, num projecto que passa pela utilização, precisamente, do Eco Vinci. Na perspectiva da Câmara Municipal do Porto, o objectivo último é a remoção progressiva dos automóveis da cidade, “criando um ambiente mais saudável de forma sustentada, através da utilização de veículos mais limpos, com todos os benefícios que isso significa, sob o ponto de vista social e de bem-estar para o cidadão”. As duas entidades, que contam também com o apoio técnico da Agência de Energia do Porto, são pioneiras no estudo e desenvolvimento desta estratégia de mobilidade sustentável, que recebeu a designação de IT Automotive Program.
Num momento posterior, “o objectivo é alargar o conceito a outras autarquias e mesmo ao mercado internacional”, salientou Miguel Rodrigues.
O desenvolvimento desta estratégia de mobilidade sustentável começa pelo desenvolvimento e utilização deste veículo eléctrico inteligente – o Eco Vinci – que constituirá a base de um novo serviço de mobilidade, aliado ao factor ecológico já que será movido por uma energia limpa, sem emissões de CO2. O projecto prevê a requalificação das várias infra-estruturas a instalar pela Câmara Municipal Porto em resposta a este serviço de mobilidade, tais como locais de carregamento de energia, estacionamento junto de outros transportes e instalação de sensores de tráfego e outros equipamentos a definir. “Será também desenvolvido um trabalho de recenseamento e integração de toda a informação dispersa por várias entidades públicas e privadas, e de redireccionamento desta informação para o cidadão através de uma única plataforma, ser-vindo assim propósitos privados, públicos, turísticos ou mistos”, explicaram os responsáveis pelo projecto.
Para a autarquia portuense, estes veículos representam “não só uma redução significativa de custos operacionais para as entidades envolvidas na sua utilização, mas serão também um contributo decisivo para a cidade, na medida em que lhe permitirão exibir um conceito inovador no tempo e que res-ponde às exigências mais actuais sob o ponto de vista ecológico, de mobilidade e de conforto”.
O Eco Vinci terá dimensões aproximadas às de um utilitário corrente, tendo como objectivo oferecer um design atractivo e uma estrutura funcional, quer pelos acessos ao interior quer mesmo pelo nível de ergonomia e conforto desse mesmo interior, referiu Miguel Rodrigues. “Os vários sistemas que serão instalados, assegurando o máximo de segurança quanto à relação do veículo com o meio e com outros veículos, adequam o Eco Vinci à natureza específica da cidade do Porto, não apenas na sua vertente geográfica e planométrica, mas igualmente nas dimensões do circuito urbano e na densidade de tráfego”, acrescentou.
Além disso, segundo adiantou ainda o director-geral da Retroconcept, Miguel Rodrigues, na construção do Eco Vinci serão utilizados materiais e procedimentos mais evoluídos e, logo, mais amigos do ambiente.
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