O presidente da Junta de Freguesia de Ramalde, Manuel Maio, manifestou-se hoje "muito preocupado" com o aumento da insegurança na noite portuense, que considerou estar relacionado com problemas entre grupos de seguranças privados.
"A situação causa preocupação, especialmente em Ramalde, que é a freguesia da cidade do Porto com mais estabelecimentos de diversão nocturna, existindo uma grande concentração na zona industrial", afirmou o autarca, em declarações à Lusa.
A denominada zona industrial do Porto é o local onde se situa a discoteca Chic, cujo proprietário, Aurélio Palha, foi morto a tiro na madrugada de segunda-feira, naquele que foi o mais recente incidente ocorrido na cidade relacionado com estabelecimentos de diversão nocturna.
"Tenho vindo a manifestar preocupação com este fenómeno do aumento da insegurança, que entendo estar relacionado com ajustes de contas, demarcações de territórios e problemas mal resolvidos entre grupos", frisou Manuel Maio.
"A cidade do Porto já é demasiado pequena para tanta oferta de diversão nocturna", acrescentou.
Para o autarca, que integra o Conselho de Segurança da Cidade do Porto, este problema de insegurança radica na "falta de regulamentação, fiscalização e controlo dos grupos de segurança privada".
Alberto Lima, presidente da Junta de Freguesia de Lordelo do Ouro, minimizou os problemas provocados pelos estabelecimentos de diversão nocturna na zona da sua autarquia, considerando que "em matéria de segurança, há questões piores".
"Na área desta freguesia, os problemas (com estabelecimentos de diversão nocturna) estão mais relacionados com o não cumprimento de horários e regulamentos", afirmou.
Nessa perspectiva, o autarca salientou que os problemas de insegurança ocorridos em bares e discotecas de Lordelo do Ouro "não têm nada a ver com a gravidade" do incidente ocorrido na madrugada de segunda-feira, durante o qual foi morto a tiro um dos principais empresários da noite portuense.
Na freguesia de Lordelo do Ouro, entre outros estabelecimentos, encontra-se o River Café, que foi palco de dois incidentes graves desde o início do ano, de que resultou um morto e vários feridos.
Na sequência do agravamento dos problemas de segurança nos bares e discotecas da cidade, a Lusa tentou obter um comentário do presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, mas o autarca recusou fazer qualquer comentário sobre o assunto.
Da mesma forma, também não foi possível obter um comentário da governadora civil do Porto, Isabel Oneto, apesar das várias tentativas efectuadas.
O Governo Civil do Porto solicitou no início deste mês às forças de segurança um levantamento detalhado sobre os sistemas de segurança nos estabelecimentos de diversão nocturna do distrito.
Na sequência deste levantamento, o Governo Civil do Porto vai notificar os proprietários dos estabelecimentos que funcionam em situação irregular para que instalem sistemas de segurança, que terão que estar ligados a uma central da PSP.
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