A vitória do PS e de António Costa nas eleições intercalares em Lisboa, vai obrigar à constituição de acordos para que a câmara possa vir a ser governada com alguma estabilidade nos próximos dois anos. Efectivamente ao ter conseguido eleger seis vereadores a margem de manobra de António Costa fica bastante curta numa câmara que tem 17 vereadores ao todo. |
Para ter maioria e poder assim dispor de alguma estabilidade governativa, António Costa precisaria do voto favorável de nove vereadores. O novo Presidente da Câmara ver-se-à assim constantemente lançado nos braços da oposição que lhe garanta três vereadores, e Carmona Rodrigues ou Fernando Negrão serão as únicas hipóteses, já que Helena Roseta (2 vereadores), CDU 82 vereadores) e BE (um vereador) são “alianças” curtas que não permitirão alcançar maiorias. Ora não é fácil de imaginar António Costa a “negociar” entendimentos com o PSD (o principal adversário), ou até mesmo com Carmona Rodrigues, ex-presidente e que vê reforçada a sua base de “oposição”…
Assim e tendo em linha de conta a capacidade de manobra política de António Costa não será dificil de antever que em última instância irá optar pelo penoso caminho das alianças, ora à direita, ora à esquerda, buscando os consensos necessários para lhe permirem uma governação suficiente, o que não será fácil, já que não pode esquecer-se que na Assembleia Municipal, a quem compete dar o aval a inúmeros projectos da câmara a maioria é claramente PSD, o que por si só já representa um problema acrescido para António Costa.
Esta vai ser a situação da Câmara de Lisboa, para os próximos dois anos (pelo menos) não se prevendo que sejam tempos fáceis de entendimento político, e por consequência não serão tempos de desenvolvimento de grandes projectos, o que quererá dizer que ainda não é desta que a cidade de Lisboa descolará e verá encetados os inúmeros projectos que a cidade necessita e que vêem sendo sucessivamente adiados.
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