A Escola Portuguesa de Macau está em risco de perder quase um quarto dos professores se o Ministério da Educação não autorizar a sua permanência no território, mesmo que sejam colocados como professores titulares, disse fonte ligada ao processo.
Em declarações à agência Lusa, a fonte explicou que entre 10 a 12 professores dos 18 que se candidataram a professores titulares deverão ser colocados, pelo que se não forem autorizados a permanecer em Macau podem originar a perda de quase um quarto dos cerca de 45 professores da escola durante o período de férias de Agosto.
A mesma fonte explicou que a permanência em Macau dos professores "que forem colocados como professores titulares é possível dentro do quadro das licenças especiais destinadas aos funcionários públicos de Portugal que venham trabalhar para Macau".
"O Ministério da Educação tem os mecanismos necessários para manter a estabilidade do corpo docente da Escola e deve entender que quanto mais cedo decidir se os professores podem ou não permanecer no território, mesmo sendo colocados como professores titulares, melhor será para todos, escola, alunos e agregados familiares dos professores", disse a mesma fonte.
Os resultados do concurso serão publicados apenas a 31 de Julho "quando a maioria dos professores deverá já estar de férias e alguns deles em Portugal".
"Quem quiser imaginar o que é estar de férias a 12.000 quilómetros de casa e ter menos de um mês para desmontar uma casa, empacotar todas as coisas e seguir com a família para uma nova etapa em Portugal apercebe-se das dificuldades e dos problemas que esta incerteza está a causar", afirmou.
Por outro, disse ainda a fonte, "ninguém ainda sabe quais as consequências para a carreira dos professores que, sendo colocados, desistam do concurso para poderem continuar em Macau".
Actualmente a Escola Portuguesa de Macau, que funciona no território desde o ano lectivo de 1998/1999, tem um corpo docente de cerca de 45 professores que abrange todos os níveis de ensino, desde o primeiro ano do ensino básico até ao final do secundário.
Preocupado com a situação dos professores da Escola Portuguesa de Macau, o Conselheiro das Comunidades Portuguesas e deputado à Assembleia Legislativa de Macau, José Pereira Coutinho, sustenta que a confirmar-se a saída de vários professores "é um transtorno para a escola e para os alunos".
"Gostaríamos que o governo de Portugal, através do Ministério da Educação, pudesse intervir directamente neste assunto por forma a deixar as pessoas mais tranquilas e menos preocupadas com o futuro do ensino dos seus alunos nestas longínquas paragens", disse Pereira Coutinho em declarações à agência Lusa.
O mesmo responsável salientou que "havendo boa vontade das partes envolvidas nesta matéria, o problema será resolvido em proveito final dos alunos da escola e da manutenção de um ensino de qualidade em português em Macau".
"Não devemos esquecer que o português continua a ser a língua oficial utilizada na máquina administrativa, mas também em sede parlamentar e judicial", afirmou Pereira Coutinho, salientando que não coloca em causa a qualidade dos professores que pudessem vir a ser contratados para substituir docentes que voltariam a Portugal mas sublinha que "o conhecimento do meio local é uma mais-valia para o ensino da língua portuguesa em Macau".
Escola Portuguesa de Macau em risco de perder quase um quarto dos professores

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