Apesar da “concorrência feroz” dos inúmeros dentífricos, a Pasta “Medicinal” Couto, responsável pela criação de hábitos de higiene oral em Portugal, cumpre 75 anos de existência ambicionando recuperar, com a mesma imagem de sempre, a primazia no mercado nacional. “Palavras para quê?”, a marca que foi registada a 13 de Junho de 1932. Setenta e cinco anos depois, este produto dispõe ainda de notoriedade, mas a sua produção é limitada, “porque a qualidade sai cara”, afirmou, em entrevista à agência Lusa, o administrador Alberto Gomes da Silva, sobrinho de Alberto Ferreira Couto, que fundou a empresa “mãe” desta pasta de dentes. A produção actual é de “500 mil unidades” por ano, cerca de metade daquilo que era produzido em 1998. Alberto Gomes da Silva justificou a queda na produção com o facto da marca ter perdido a palavra “medicinal”, em 2001, por imposição de directrizes comunitárias, o que obrigou a parar a produção durante meio ano. Estas imposições comunitárias fizeram ainda com que a pasta deixasse de ser vendida, em exclusividade, nas farmácias. “Depois disto, correu o boato que a pasta tinha acabado. Passámos um mau bocado”, referiu o administrador, acrescentando que a Couto, SA viu-se ainda obrigada a recorrer a um laboratório externo para fabricar o dentífrico, o que fez com que a pasta “tenha desaparecido do mercado” e a empresa tenha “diminuído muito a margem de lucro”. O administrador revelou ter sido difícil recuperar quota de mercado, “porque a concorrência é feroz”, e mostrou-se convencido que a pasta Couto “sobreviveu porque é boa”. Ainda hoje, a Pasta Dentífrica Couto, como é denominada, é produzida de forma semi-automática, mantendo exactamente “a fórmula, qualidade e imagem” de há 75 anos, mas em novas instalações, situadas em Gaia desde Janeiro de 2004. “Em termos de qualidade/benefício, não há nenhuma outra pasta que nos bata”, salientou Alberto Gomes da Silva, enaltecendo as suas “características medicinais” que “resolvem os problemas da boca”. Com nove trabalhadores, a empresa, que também produz o clássico Restaurador Olex, pretende recuperar quota de mercado apostando, dentro das suas possibilidades económicas, em publicidade. Para marcar os 75 anos de existência, a Pasta Dentífrica Couto fará quinta-feira a capa de um jornal diário de distribuição gratuita em todo o país.
Cerca de cinco por cento da produção da pasta de dentes é exportada, tendo a empresa um agente em Itália e dois clientes na América do Norte.
Deixe um comentário