O Governo açoriano anunciou a intenção de introduzir tarifas promocionais, a preços mais acessíveis, nas ligações aéreas entre o Continente e os Açores. Respondendo às críticas da bancada do PSD na Assembleia Legislativa dos Açores, em relação aos elevados custos das passagens praticadas pela SATA e pela TAP, o secretário regional da Economia anunciou que vai apresentar ao Governo da República uma proposta concreta nesse sentido.
“Vamos propor ao Governo da República uma percentagem dos lugares oferecidos em todas a rotas, no sentido de dar condições para a criação de tarifas promocionais, mas com restrições”, explicou Duarte Ponte.
O secretário regional da Economia entende, no entanto, que não é possível avançar ainda para a liberalização controlada das rotas, como propõe o PSD, devido à necessidade de assegurar tarifas idênticas para todos os açorianos e capacidade de transporte de carga. Jorge Macedo, deputado social-democrata, lamenta que o Governo não avance nesse sentido, porque dessa forma poderia reduzir substancialmente o custo das tarifas aéreas. “Existem condições reais para reduzir 25 por cento o preço das passagens aéreas de e para os Açores já a partir de Janeiro de 2008”, garantiu Jorge Macedo, que acusa o Governo Regional de incentivar o proteccionismo dos monopólios da TAP e da SATA, em vez de promover a concorrência. O partido popular também concorda com a aplicação de um modelo de liberalização das rotas, mas o deputado Artur Lima aconselha cautela no tratamento desta matéria, para evitar discriminações entre açorianos.O secretário regional da Economia, Duarte Ponte, disse, , em Ponta Delgada, que os Açores se orgulham pelo facto de a SATA ser a única empresa de aviação civil do País a apresentar lucros, nos últimos cinco anos, assumindo-se hoje, como a segunda maior companhia de aviação portuguesa. O governante, que falava na cerimónia do baptismo de dois aviões que vão reforçar a frota do grupo SATA, relevou a circunstância de, assim, a empresa, ter crescido desde a sua fundação, apresentando-se hoje mais forte, mais competitiva e, sobretudo, cada vez menos dependente das obrigações de serviço público. O secretário regional aproveitou a ocasião para dar eco à ideia já anunciada pelo presidente Carlos César, segundo o qual, “é chegada a hora de, com prudência, se abrir o capital social da empresa aos privados”, no que deve ser entendido como a maior homenagem que se pode prestar aos fundadores, há 60 anos, da Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos Lda. Em termos da actividade mais recente da empresa, Duarte Ponte referiu que, em 2006, a SATA transportou um milhão e trezentos mil passageiros, facturou cerca de 246 milhões de euros e aumentou o número de ligações com os continentes norte-americano e europeu, trazendo, assim, mais gente aos Açores e levando o nome da Região mais longe. Lembrou o secretário regional que, este ano, se prevêem realizar cerca de 575 voos entre os Açores e o continente norte-americano, o triplo do que ocorria há dez anos atrás, demonstrando a clareza destes números, para quem ainda tem dúvidas, que as comunidades açorianas estão, hoje, melhor servidas e que os Açores estão mais unidos e mais integrados no mundo que os rodeia. No caso do mercado europeu, a SATA irá estabelecer ligações directas dos Açores com a Espanha, o Reino Unido, a Holanda, a Alemanha, a Áustria, a Suécia e a Irlanda, num total de nove voos semanais. No que diz respeito à SATA – Air Açores, Duarte Ponte confirmou o aumento das ligações entre as diversas ilhas, destacando o facto de as Flores e a Graciosa serem servidas, agora, por voos, todos os dias, no período do verão, e revelou que o número de passageiros transportados nas ligações internas, durante o ano passado, foi de 430 mil, o que corresponde a cerca de um terço do valor global dos passageiros transportados pelo grupo. A cerimónia do baptismo dos aviões, um Airbus A 310, para a SATA Internacional, e um ATP, para a SATA – Air Açores, permitiu, ainda, ao secretário regional da Economia referir-se à expansão do Grupo SATA para o exterior, mantendo a raiz açoriana que lhe deu origem, no que foi entendido como uma estratégia fundamental para o seu desenvolvimento e até para a sua sobrevivência económica. A estratégia adoptada, a partir de 1996, pelos governos presididos por Carlos César, foi, portanto, a de rasgar novos horizontes, abrir novas rotas e intensificar as existentes, diluindo os custos fixos da empresa. Isso foi feito, segundo Duarte Ponte, numa conjuntura difícil, em que o custo dos combustíveis, agravado com as diversas medidas de segurança, mais que duplicou, numa altura em que a concorrência nunca foi tão intensa e tão agressiva e num período em que a União Europeia penalizou as companhias aéreas, tornando-as responsáveis perante os passageiros por custos para os quais nada podem fazer, como sejam, por exemplo, os atrasos devido ao mau tempo e que a SATA se orgulha de cumprir na totalidade.
Deixe um comentário