Num mercado cada vez mais global, cabe às empresas portuguesas do agro-alimentar “encontrarem os mercados em que efectivamente poderão ter uma melhor receptividade para a colocação dos seus produtos”. Palavras do secretário de Estado da Agricultura na abertura do XII SISAB. Mas para apoiar os empresários que tenham já traçado a sua estratégia de internacionalização, Luís Vieira acenou com as verbas destinadas no próximo Quadro Comunitário de Apoio: dois mil milhões de euros de ajuda pública, que, afirmou, “poderá alavancar um investimento da ordem dos 3,5 mil milhões de euros”.
Frisou que este é um sector importante. É um sector no qual o Governo pretende investir mais fortemente?
O sector dos produtos alimentares e bebidas é extremamente importante e tem dado passos extremamente significativos. Em termos de exportação, no último ano cresceu 11 por cento. Já não são só produtos tradicionais, temos uma gama de produtos extremamente diversificada e que mostra claramente que há uma dinâmica exportadora. Os nossos empresários começaram a perceber que é necessário terem ambição. Nós temos produtos de grande qualidade, que, no mercado global, têm capacidade de competir e é isso que efectivamente os nossos empresários estão a verificar.
Por exemplo, o sector do vinho tem demonstrado uma grande dinâmica, em termos de vinhos exportamos qualquer coisa como 533 milhões de euros. Já não é só Vinho do Porto, que ainda representa cerca de 60 por cento, mas os vinhos de mesa, regionais e de denominação de origem já representam 40 por cento em termos de exportação. O sector do azeite cresceu cerca de 25 por cento no último ano. Estou certo que, se os nossos empresários continuarem a verificar que devemos ter essa ambição, iremos conseguir aumentar estes números.
Na sua opinião, o que é ainda necessário para que os produtos portugueses cresçam mais a nível de exportações?
Uma das fortes apostas, no próximo Quadro Comunitário de Apoio, que vai de 2007 a 2013, é o reforço da competitividade das empresas portuguesas. É essa a nossa aposta. Iremos ter, para o reforço da competitividade, cerca de dois mil milhões de euros de ajuda pública, que poderá alavancar um investimento da ordem dos 3,5 mil milhões de euros. É um número extremamente significativo que irá ser colocado às nossas empresas agrícolas e agro-alimentares, para dinamizarem os seus negócios, quer através do aumento da produtividade, da melhoria da qualidade, da inovação, da diversificação e da internacionalização desses mesmas empresas.
Iremos, por um lado, criar um conjunto de mecanismos mais direccionados para aqueles apoios intangíveis, que levem ao redimensionamento das nossas empresas, à inovação, à diversificação de produtos, e, ao mesmo tempo também, à promoção. Iremos criar para as empresas um conjunto de apoios, para que todas aquelas que tenham uma estratégia direccionada para a exportação, possam ter, nos apoios financeiros, mecanismos que lhes permitam encontrar forma de poderem competir e de uma forma sustentável.
Há mercados prioritários para este sector?
Aqui (no SISAB) estão presentes mais de 500 importadores, de mais de 50 países. O mercado, é o mercado global. As empresas têm que ser elas próprias a encontrar os mercados-alvo. Compete às empresas, em função da estratégia de internacionalização que têm, encontrarem os mercados em que efectivamente poderão ter uma melhor receptividade para a colocação dos seus produtos.
Cada vez mais os mercados são globais e os nossos produtos estão cada vez mais presentes, não só no espaço comunitário, mas também nos mercados de países terceiros. Estão aqui os PALOP, o Canadá, os Estados Unidos, a China, há um conjunto de países, para além da União Europeia, onde efectivamente temos que continuar a marcar a nossa presença.
Que papel terá uma Feira como esta, nessa nova perspectiva?
Esta Feira tem um papel extremamente importante. É bom verificar-se que neste evento há uma gama extremamente diversificada de países que mostra, claramente, que é através de iniciativas como esta que os negócios se vão fazendo. No entanto, nós também iremos privilegiar a aposta na internacionalização das nossas empresas. Iremos apoiar estudos de mercado, logística para permanência de uma forma sustentável em determinados países – nos chamados mercados-alvo que cada uma delas definir. Queremos efectivamente apoiar as empresas que têm essa estratégia de internacionalização.
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