Será que vivemos, num Universo remanescente de um outro que teria colapsado há biliões de anos?

Imperial College London
Numa investigação efetuada por um grupo de cientistas na área da cosmologia e astrofísica de uma das mais prestigiadas Universidades do Mundo o (Imperial College London), chegaram à conclusão que o atual Universo poderá ser uma parte do que sobrou do anterior, contrariando toda a teoria do Big Bang há 13.8 mil milhões de anos.
O Universo está em constante expansão, e existe um consenso geral de que começou como um Big Bang, uma explosão a partir de um ponto infinitamente denso e quente; no entanto um recente estudo, revelou que poderia ter sido formado a partir de outro que teria colapsado.
Há muito tempo que astrónomos e astrofísicos debatem essa probabilidade mas não é uma lógica consensual, porque colide com as leis da física como a conhecemos e compreendemos; tendo alguns cientistas sugerido que o Universo tem alternado, entre períodos de expansão e contração.
Esta é precisamente uma das áreas em que o Telescópio James Webb recentemente colocado em órbita vai incidir.
Há milénios que o homem tem vindo a interpretar as leis da física, de acordo com o entendimento que até então tinha dela; hoje graças aos meios tecnológicos de que dispomos, e com a ajuda do acelerador de partículas do CERNE (LHC) “Large Hadron Collider”, chegámos à conclusão de que esse conhecimento adquirido em milhares de anos terá que ser seriamente repensado.

Galáxia NGC M81
Esta teoria a que chamam de “Big Bounce” foi apresentada em 1922 mas caiu no esquecimento por falta de consistência dos investigadores, e também por a Ciência não ter sido capaz de explicar como é possível, o Universo mover-se de um estado de contração para um de expansão e vice-versa, sem o levar ao ponto infinito.
Os Drs Steffen Gielen do “Imperial College London” e Neil Turok Diretor do Instituto Perimeter de Física Teórica no Canadá, mostraram como esse Big Bounce pode ser possível.
A pesquisa sugere que nos seus primeiros dias o Universo ter-se-ia comportado da mesma maneira em todas as escalas, e as leis da física trabalharam uniformemente em toda a estrutura.
Esta ideia é conhecida como simetria conforme, e as partículas menores que os átomos comportam-se de forma diferente, causando um efeito conhecido como subatómico ou mecânica quântica.
É provável que o Universo primordial tenha sido regido unicamente pelos princípios da quântica, ao invés da atual física em grande escala.
Numa outra teoria, o Universo ter-se-á rasgado em pedaços (Big Rip) admitindo a ideia de ter existido uma simetria conforme no seu início, e que esta teria sido regida pelas regras da mecânica quântica; sendo este o modelo matemático que os Drs Gielen e Turok acreditam ser o único, para que o Universo pudesse evoluir.
Os pesquisadores sugerem que os efeitos da quântica impediria o Universo de entrar em colapso, destruindo-se no final de um período de contração conhecido como o Big Crunch; transição de um estado de contração, para a expansão até entrar em colapso.
Numa análise teórica, seria a mecânica quântica que nos salvaria quando as coisas se quebram ou colapsam; o que poderia salvar o Universo primordial de começos e finais violentos como terá sido o Big Bang ou o Big Crunch, na qual a contração teria sido revertida para a expansão.
Os cosmólogos, astrónomos e astrofísicos, estão agora a investigar como este modelo pode ser estendido para explicar a origem de perturbações na estrutura do Universo, como a existência das Galáxias por exemplo.
Na ânsia pelo conhecimento a ciência vai demolindo barreiras e preconceitos, que o homem foi criando desde a primeira vez que pensou o Cosmos; pelo que estamos cada vez mais próximos, de saber em que Universo estamos a viver.