A maioria das secções em Lisboa para o voto antecipado em mobilidade para as legislativas está concentrada na cidade universitária e, para evitar aglomerações no domingo, foi atribuída a cada faculdade uma cor que corresponde aos diferentes círculos eleitorais.
Um dia antes do voto antecipado em mobilidade, a azáfama é grande na cidade universitária, onde trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa e das juntas de freguesia organizam e preparam os espaços pelas diferentes faculdades, bem como no espaço exterior para que os eleitores sigam a sinalética de acordo com as cores.
Em tempos de pandemia o objetivo é evitar aglomerações. Para tal, a câmara de Lisboa decidiu atribuir uma cor às seis faculdades espalhadas pela cidade universitária. Cada cor (amarelo, vermelho, verde, azul, roxo e laranja) corresponde aos diferentes círculos eleitorais.
Um dos responsáveis pela logística contou à Lusa que esta divisão por cores também vai facilitar a distribuição dos votos pelos diferentes círculos eleitorais, uma vez que no final os votos são colocados em envelopes que estão identificados com as respetivas cores.
Além da cidade universitária, no município de Lisboa existem também assembleias de voto antecipado em mobilidade na escola básica do Lumiar e na Escola Secundária do Restelo, num total de 152 mesas.
“A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a preparar o voto antecipado há cerca de um mês. Partimos de uma base das eleições presidenciais do voto antecipado, de 76 secções de voto na cidade universitária. Entretanto, e com os vários apelos públicos para que as pessoas se inscrevem-se para votar antecipadamente, a CML respondeu a esse repto e triplicou a resposta. Infelizmente apercebemos na quinta-feira que o número de inscritos foi substancialmente inferior às expectativas”, disse à agência Lusa o vereador Diogo Moura.
O Governo tinha desejado uma logística para cerca de um milhão de eleitores votarem antecipadamente em mobilidade uma semana antes das eleições legislativas, mas em todo o país inscreveram-se 315.785 eleitores. Em Lisboa esse número é de 37.846 eleitores, sendo metade fora do círculo eleitora da capital.
Apesar destes números abaixo das expectativas, a CML manteve três locais em Lisboa: “Estamos até abaixo da média do número de inscritos por mesa. Ao invés de termos 500 eleitores por cada secção de voto, vamos ter entre 160 a 250. O que obviamente vai fazer com que haja uma maior fluidez à secção de voto e ao processo de votação”, afirmou.
Diogo Moura sublinhou que a CML decidiu manter um dispositivo operacional “maior do que o solicitado”, permitindo que as pessoas “possam votar com maior rapidez e que evite aglomerações de pessoas junto às secções de voto”.
O vereador garantiu também que nas mesas de voto “há todas as condições de segurança, de higienização e esta tudo preparado para que tudo decorrer com a maior normalidade”.
Diogo Moura contou ainda como se vai realizar o processo após o encerramento das urnas no domingo.
“Quando fecharmos as mesas fazemos uma contabilização do número de votos. Os votos não são abertos, são selados e envelopados para depois serem recolhidos pelas forças de segurança e guardados na CML. Durante a semana são enviados para as secções de voto onde os eleitores estão recenseados para que sejam colocadas nas urnas no dia 30”, disse.
O vereador avançou que no dia das eleições, a 30 de janeiro, “o primeiro ato é colocar esses votos na urna, dar descarga nos cadernos eleitorais desses eleitores e no final do dia são contabilizados como se fosse um voto do próprio dia”.
Os eleitores recenseados no território nacional puderam inscrever-se, entre domingo e quinta-feira, para votar antecipadamente em mobilidade no domingo, uma semana antes das eleições legislativas de 30 de janeiro.
Segundo o Ministério da Administração Interna, os eleitores que tenham feito a sua inscrição no voto antecipado em mobilidade, mas não consigam exercer o seu direito de voto no domingo, podem votar no dia 30.
Nas anteriores legislativas, em 2019, mais de 50.000 eleitores votaram antecipadamente, uma semana antes das eleições, enquanto nas presidenciais de 2021, já durante a pandemia de covid-19, 197.903 portugueses exerceram o seu direito uma semana antes da data do ato eleitoral.
Mais de 10 milhões de eleitores residentes em Portugal e no estrangeiro constam dos cadernos eleitorais para a escolha dos 230 deputados à Assembleia da República.