O Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra vai liderar um projeto europeu que ambiciona romper os ciclos de exposição à violência na infância e na adolescência.
O projeto X-MEN “Masculinidades, Empatia, Não-violência” tem início ainda este mês e é coordenado pela investigadora Tatiana Moura, afirmou o CES, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
De acordo com a nota, a pandemia provocada pela covid-19 trouxe novos desafios “às estratégias de combate e prevenção à violência de género” e, por isso, este projeto propõe um enfoque renovado sobre a “violência e as suas implicações na construção das masculinidades e das desigualdades de género, em contextos vulneráveis nos quais os impactos da covid-19 são ainda pouco conhecidos”.
A investigação, que tem uma duração de dois anos, vai focar-se num público de jovens de 12 a 19 anos em contextos institucionais, como, por exemplo, os centros educativos e os centros de acolhimento de crianças migrantes, que foram testemunhas ou vítimas de formas de agressão e de violência e que se encontram isoladas dos seus contextos familiares e das suas comunidades.
O projeto tem como objetivo “produzir conhecimento sobre os impactos da covid-19 nas expressões, relações de género e comportamentos de género”, lê-se na mesma nota.
De acordo com o CES, o projeto pretende ainda “promover a capacitação dos profissionais da educação e de ação social, fornecendo-lhes ferramentas validadas internacionalmente e adaptadas aos contextos em estudo, para lidar com experiências adversas na infância, a construção de género e a promoção de modelos não violentos de masculinidade”.
Enquanto entidade coordenadora, o CES vai gerir cerca de 370 mil euros, de um projeto com um orçamento total de 628 mil euros, financiado pelo programa europeu para os Direitos, Igualdade e Cidadania.
A fundação Cepaim (Espanha) e a organização não governamental STATUS M (Croácia) são os parceiros que irão desenvolver e implementar o projeto nestes países.
O projeto conta ainda com o apoio da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) e da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).