Moçambique é o terceiro país africano com maior percentagem de vacinas administradas, abrangendo 27,2% da população com 18,9 milhões de doses, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
De acordo com os dados disponibilizados no seguimento da conferência de imprensa semanal do Africa CDC, a lista dos países africanos que mais deram uso às vacinas recebidas é liderada pela África do Sul, que usou 91,5% das 29 milhões de vacinas recebidas, seguida de Marrocos, que deu uso a 90,5% das 53,6 milhões de vacinas recebidas.
“No total, foram desperdiçadas 2,8 milhões de vacinas por o prazo ter expirado, e segundo os relatos da imprensa, houve 1 milhão de doses desperdiçadas na Nigéria, porque chegaram com um prazo muito curto”, disse John Nkengasong durante o tradicional encontro virtual semanal com os jornalistas, a partir de Adis Abeba.
“Temos de fazer todos os esforços para evitar desperdiçar vacinas; quando estive numa fábrica de vacinas na África do Sul, em maio, e tive a vacina na mão, pensei que isto é uma vida que se pode salvar, foi um momento emocionante, e extrapolando aquele pequeno frasco para os milhares de vacinas a expirar, isso dói, porque é uma vida que pode não ser salva”, recordou o diretor do África CDC.
As 2,8 milhões de vacinas cujo prazo expirou representa 1% das vacinas recebidas, mas mesmo esta pequena percentagem é excessiva: “Qualquer vacina expirada é uma vacina que podia ter salvado alguém, devíamos lançar uma campanha para não se desperdiçarem vacinas, o objetivo tem de ser zero desperdício, para que todas as vacinas que chegam ao aeroporto acabem no braço de alguém”, concluiu.
Moçambique já dispõe das doses de vacinas contra a covid-19 necessárias para imunizar toda a população adulta, meta prevista para o país, anunciou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, na quarta-feira.
“Temos já disponíveis no país quantidade suficiente de vacinação para toda a população elegível”, cerca de 16 milhões de pessoas, referiu, durante uma comunicação à nação sobre as restrições para prevenção da doença.
“Assim, nos próximos quatro meses, pretendemos atingir a meta de vacinar mais cerca de cinco milhões de pessoas em todo o país”, acrescentou.
O chefe de Estado disse que Moçambique serve de exemplo para o resto da África Austral por já ter alcançado metade da meta.
Há pelo menos 10,3 milhões de pessoas com uma dose administrada e cerca de 8,5 milhões com a vacinação completa, segundo os últimos dados oficiais – sendo que a meta que corresponde à população adulta são cerca de 16 milhões.
No total, os 55 países do continente africano já administraram 353 milhões de doses, o que corresponde a 62% do total disponível em África, disse o diretor do África CDC, acrescentando que isso representa uma taxa de vacinação completa de 10,4%.
Na conferência de imprensa, John Nkengasong anunciou que África ultrapassou na última semana os 10,4 milhões de casos de covid-19, resultando em 235 mil mortes.
“O total de casos chegou a 10,4 milhões nos 55 Estados-membros da União Africana, resultando infelizmente em 235 mil mortes desde o início da pandemia de covid-19”, disse Nkengasong.
Analisando a tendência da última semana, em comparação com a anterior, o responsável afirmou que há 46 países na quarta vaga, e já oito na quinta vaga, incluindo a Guiné-Bissau, juntamente com o Quénia, Somália e Tunísia, entre outros.
“Comparando a semana entre 10 e 16 de janeiro com a de 3 a 9 de janeiro, houve um total de 249.943 novos casos, o que representa uma descida de 20%”, disse Nkengasong, vincando que em termos de número de mortes, houve um aumento médio de 4% neste período, totalizando 2.791 novas mortes, que compara com as 2.688 mortes na semana anterior.
A variante Ómicron, afirmou John Nkengasong, já foi registada em 40 países do continente, concluiu.
A covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência de notícias France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.