Depois de a evolução da pandemia de covid-19 ter forçado a uma semana extra de férias no Natal, milhares de alunos estão de regresso às escolas, muitos deles com a vacinação iniciada durante esta paragem letiva.
As alterações forçadas ao calendário escolar numa tentativa de conter o crescimento do número de infetados foram anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, a 25 de novembro, quando se soube que as escolas iriam parar na primeira semana de janeiro e que esses dias seriam compensados com a retirada de dois dias de férias na pausa de Carnaval e três dias na pausa da Páscoa.
Logo no arranque da paragem de Natal, no fim-de-semana de 18 e 19 de dezembro, 95.752 crianças entre os 5 e os 11 anos foram vacinadas com a primeira dose pediátrica da Pfizer contra a covid-19, naquele que foi o primeiro período de vacinação exclusiva para estas idades, agora abrangidas pelo processo de vacinação.
O segundo período exclusivo decorreu nos últimos quatro dias, entre 6 e 9 de janeiro, com as manhãs reservadas para a vacinação das crianças entre estas idades, sendo que logo no primeiro dia foram vacinadas perto de 50 mil crianças.
As tardes destes dias ficaram reservadas para professores e outros profissionais da comunidade escolar, a ser vacinados em regime de ‘Casa Aberta’, mediante agendamento e obtenção de senha digital, que no primeiro dia esgotaram.
Para além das 49.100 crianças vacinadas na manhã de dia 06 de janeiro, durante a tarde foram vacinadas cerca de 23 mil pessoas do grupo prioritário da comunidade escolar, além de cerca de 4.900 profissionais das creches e ATL.
Segundo dados oficiais, mais de 150 mil crianças estavam agendadas para vacinação contra a covid-19 nos últimos quatro dias.
Depois de dúvidas sobre se as escolas reabriam efetivamente a 10 de janeiro ou se os números recorde de infeções levariam a retardar ainda mais o regresso ao ensino presencial, o Governo confirmou no início da semana passada que as escolas iriam mesmo abrir portas hoje.
E reabrem com novas regras relativamente ao isolamento de turmas quando seja detetado um caso positivo.
Uma nova norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) reviu a obrigação de isolamento de turmas inteiras quando haja um caso positivo, medida que agradou aos diretores escolares.
Só são considerados contactos de alto risco as crianças que vivam na mesma casa que alguém com covid-19, pelo que ficam isoladas, já que não têm reforço da vacina.
Também uma criança com um contacto com um caso positivo na escola não fica em isolamento, pedindo-se aos pais que sejam reduzidos os contactos e convívios e que essas crianças, dependendo da idade, usem máscara.
As crianças que ficam na escola fazem um teste ao terceiro dia.
Sobre testes, ainda em dezembro o Ministério da Educação anunciou que professores e funcionários das escolas vão ser testados no arranque do 2.º período escolar, antecipado que o processo esteja concluído até ao final da segunda semana de aulas.
A decisão de testar estes profissionais no regresso às atividades presenciais surge na sequência de um parecer da Direção-Geral da Saúde, que recomenda “no início do 2.º período do ano letivo 2021/2022, (…) um ‘screening’ dirigido à comunidade escolar”.
Assim, em janeiro todos os docentes e não docentes serão testados, de forma faseada e independentemente do seu estado vacinal.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.071 pessoas e foram contabilizados 1.577.784 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.