A atividade turística do Norte continua a recuperar, impulsionada pela maior procura registada por turistas portugueses, mas ainda não superou o efeito da crise pandémica, mantendo níveis inferiores ao período pré-covid-19, revela o relatório Norte Conjuntura agora divulgado.
Elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), o documento trimestral indica que a retoma verificada no terceiro trimestre de 2021, comparativamente a 2020, foi induzida pela “recuperação do mercado externo na região e pela maior vitalidade no mercado interno”.
Segundo o relatório, que identifica as tendências que marcam a evolução económica na região, a curto prazo, entre julho e setembro de 2021, registaram-se 1,5 milhões de dormidas de residentes em Portugal nos estabelecimentos turísticos do Norte, “o maior valor desde que há registos”.
Este valor corresponde a um acréscimo de 18,2% face ao 3.º trimestre de 2020 e de 5,5%, quando comparado com o mesmo trimestre de 2019.
Apesar de, neste período, as dormidas de turistas estrangeiros registarem o maior valor desde o início da pandemia, representando 43,8% do total do valor no Norte, o “mercado interno continuou a ser o que mais contribuiu para a presença de turistas na região”.
No total, o número de dormidas na região no 3.º trimestre de 2021 situou-se em 2,7 milhões, mais 43,9% do que em 2020 e menos 28,2% do que em 2019.
No mesmo período, os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 1,4 milhões de hóspedes, o que corresponde a um crescimento de 38,9% face ao mesmo período de 2020.
Comparando, porém, com o mesmo período do ano de 2019, o número de hóspedes ainda se mantém inferior em 28,2%.
Também entre julho e setembro deste ano, a estada média dos turistas nos estabelecimentos turísticos do Norte (1,96 noites) aumentou 4,3% em relação ao trimestre homólogo de 2020 (1,88 noites), sendo idêntica à registada no mesmo período de 2019 (1,96 noites).
Os proveitos totais dos estabelecimentos de alojamento turístico do Norte atingiram 151,9 milhões de euros no 3.º trimestre de 2021, um valor superior em 48,8% ao valor observado no trimestre homólogo de 2020, mas inferior em 32,9% aos apresentados no 3º trimestre de 2019.
O rendimento médio por quarto disponível também foi superior ao verificado no trimestre homólogo do ano anterior, situando-se em 37,7 euros, no 3.º trimestre de 2021, um valor abaixo dos 57,8 euros de 2019.
“É mais um sinal revelador da difícil recuperação que o setor do turismo enfrenta, perante o impacto negativo provocado pela crise pandémica”, assinala a CCDR-N
Numa análise ao emprego no setor do alojamento, restauração e similares, os dados mostram menos 15,9% de empregados no 3.º trimestre do ano, face ao período homólogo de 2020, “refletindo a destruição de cerca de 11 mil postos de trabalho”.
“Mais gravoso ainda, testemunho de que a crise pandémica afetou de forma significativa este ramo, o emprego diminuiu em cerca de 18 mil (-3,4%) entre os 3º trimestres de 2019 e de 2021”, destaca.