As festividades da passagem de ano na Madeira vão decorrer sem restrições adicionais às que estão em vigor face à covid-19, indicou hoje a Secretaria Regional do Turismo e Cultura, referindo que a ocupação hoteleira ronda os 90%.
“As festas do fim do ano mantêm-se como previstas”, disse o secretário regional, Eduardo Jesus, num registo áudio enviado à agência Lusa, reforçando: “Temos vindo a acompanhar com grande pormenor toda a evolução pandémica, o que nos permite manter esta decisão”.
A animação na via pública, restaurantes e hotéis vai decorrer sem restrições adicionais às que vigoram desde 20 de novembro e que determinam, entre outras, a obrigatoriedade de apresentação conjunta de teste antigénio negativo e certificado de vacinação para aceder à maioria dos recintos públicos e privados.
“Confirmamos a nossa taxa de ocupação hoteleira em cerca de 90%”, refere Eduardo Jesus, esclarecendo: “Já por duas vezes auscultámos o mercado para perceber a tendência e, principalmente, a influência que teve esta nova variante [Ómicron] no ritmo das reservas e eventuais cancelamentos”.
De acordo com o governante, foi detetado um “abrandamento” no ritmo de reservas, mas depois o mesmo foi retomado.
“Ainda hoje continuam a surgir reservas para o dia 31, o que reforça bem esta nova tendência do consumidor, do viajante, de reservar muito em cima da hora”, disse.
E acrescentou: “É natural que a Madeira, mantendo as suas festividades do final do ano, possa constituir um atrativo de última hora para quem se vê limitado na sua origem, no seu local de residência, destas mesmas festividades”.
As autoridades regionais preveem a chegada de cerca de 80 voos nos próximos dias ao Aeroporto Internacional da Madeira.
Por outro lado, 13 navios de cruzeiros – o mesmo número registado em 2019 – deverão marcar presença no porto e na baía do Funchal na noite de passagem de ano, para assistir ao tradicional espetáculo de fogo de artifício.
O espetáculo, com a duração de oito minutos, representa um investimento do Governo Regional (PSD/CDS-PP) de 1,085 milhões de euros e está a cargo da empresa Macedos Pirotécnica, que venceu o concurso público.
Estão previstos 58 postos de queima de fogo localizados no anfiteatro do Funchal, cinco em embarcações na baía e dois na ilha do Porto Santo.
“Este espetáculo tem como tema ‘Tão tua, esta Madeira’”, disse Eduardo Jesus, explicando que o ‘slogan’ deriva da nova marca utilizada nas campanhas de promoção e divulgação do destino.
Em 2020, o Governo Regional apelou aos madeirenses, durante todo o mês de dezembro, para que assistissem ao espetáculo em casa e também definiu 2.060 quadrados desenhados no pavimento nos locais mais procurados, para um máximo de cinco pessoas cada, de preferência familiares, num total de 10.300 pessoas.
Estes espaços foram montados na Praça CR7, na Avenida Sá Carneiro, na Marina do Funchal, na Praça do Povo, na Avenida do Mar e nos miradouros da Nazaré, Pico dos Barcelos e das Neves, nos arredores da cidade, mas este ano a medida não se aplica, embora o número de infeções por SARS-CoV-2 esteja a aumentar diariamente.
De acordo com os dados mais recentes da Direção Regional de Saúde, o arquipélago da Madeira, com cerca de 250.000 habitantes, regista 2.155 casos ativos de covid-19, com 27 doentes hospitalizados, num total de 17.955 confirmados desde o início da pandemia.
A região sinaliza também 130 óbitos associados à doença.
O número de novos casos diários tem aumentado progressivamente no decurso do mês de dezembro, tendo o mais elevado – 325 – sido assinalado na segunda-feira.