A Lua foi sempre vista pelos humanos como um local misterioso e inatingível; que ao longo da história do homem desencadeou mistérios e medos, sonhos e paixões com promessas eternas de amor feitas ao luar.
Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins tiveram a missão de levantar o véu de todo o ocultismo de beleza e terror, que a Lua representou para os humanos durante dezenas de milhares de anos.
A 20 de Julho de 1969 os três heróis da missão Apollo chegaram à Lua, onde dois deles a “pisaram” pela primeira vez; um pequeno passo para o homem, mas um salto gigante no grande desafio que ele terá que enfrentar para salvar a sua espécie humana da extinção.
Para dar continuidade à grande Odisseia que teve início com a conquista da Lua em 1969; foram construídos nas últimas décadas vários instrumentos científicos para nos dar a conhecer o Universo profundo, e o que na verdade se teria passado antes de todos os tempos; muito antes da origem do “Universo em que vivemos”.
O Telescópio Espacial James Webb, é o mais sofisticado instrumento científico construído pelo homem até hoje, e será lançado no dia 24 de dezembro de 2021; ficará em órbita a 1.5 milhões de quilómetros da Terra, onde as temperaturas rondam o zero absoluto 273,15 graus celsius negativos, a quatro distâncias da Terra à Lua.
Desde tempos imemoriais em que ainda vivia nas cavernas, que o homem olha a Lua com deslumbramento e encanto; e desde que existe a escrita que o satélite natural da Terra, passou a ser mencionado em livros, crónicas, jornais e banda desenhada; com textos que encheram os corações dos humanos de sentimentalismo romântico, de fantasias, e de ilusões e medos.
A lua terá a idade da Terra 3,82 mil milhões de anos aproximadamente, e encontra-se a uma distância média de 385.000 quilómetros.
A ida do homem à Lua foi ao tempo um grande desafio com um elevado risco de vidas, e custos que foram aceites com entusiasmo pelos americanos; que ao tempo tinham um Presidente com visão no futuro e também uma grande ambição pessoal cuja rivalidade com a União Soviética na conquista pelo Espaço, era ao tempo mais para fins militares do que propriamente científicos.
Mas não foi apenas essa a interpretação da comunidade científica do maior acontecimento protagonizado pelo homem até hoje; porque pisar o solo da Lua foi um teste para uma ambição mais alargada, que é o ensaio para os humanos estabelecerem uma colónia em Marte, para no futuro que não será muito longínquo, podermos salvar a nossa espécie da ameaça de extinção; para isso, será necessária mais evolução tecnológica para que as viagens interplanetárias Terra-Marte encurtem no tempo.
Lembro que uma viagem a Marte é 152 vezes a distância da Terra à Lua, e o acontecimento só foi possível porque existiu um interregno conhecido como “guerra fria”, período esse que levou a Rússia e os EUA a competir pela supremacia Espacial; tendo a Rússia em 1957 colocado o primeiro homem em órbita terrestre “Iuri Gagarin”, e os Estados Unidos da América o primeiro homem na lua Neil Armstrong a 20 de Julho de 1969; numa missão fantástica que acompanhei sempre com entusiasmo, quando estava emigrado com a minha família no Reino Unido há precisamente 52 anos.
A decisão de colocar o primeiro humano na Lua foi um empreendimento titânico, face às condições tecnológicas da época; e para termos uma ideia das dificuldades a todos os níveis de há 52 anos, países como a Rússia e a China e também a União Europeia que hoje estão muito mais avançados, ainda não conseguiram repetir o feito dos americanos.
Os riscos humanos e materiais, envolvidos na missão Apollo ainda hoje não são totalmente do conhecimento da população mundial; sabe-se por exemplo, que o risco de vida para os Astronautas que iam pisar a Lua era bastante elevado; como também toda a viagem que durou quase 8 dias na (ida e regresso), e houve quem na NASA tenha dito que a probabilidade de risco de vida para os Astronautas seria muito elevada.
Estávamos no período da “guerra fria” que foi determinante para que o esforço científico e financeiro fosse direcionado para a conquista do Espaço entre as duas potências dominantes americanos e russos, pelo domínio do espaço onde os Satélites iriam desempenhar um papel de importância máxima na defesa dos dois blocos em conflito (União Soviética e Estados Unidos da América).
Esta grande aventura, foi apenas o princípio da grande odisseia de que os humanos vão ser protagonistas; levando através das máquinas que vamos construir no futuro, a informação do nosso posicionamento na Galáxia, para que possamos dar a conhecer quem fomos?, ou quem somos; e também, dar a conhecer a possíveis inteligências nossas periféricas na Galáxia de que eles não estão sós na vastidão do cosmos; e que nós estamos aqui para no futuro os podermos ajudar quem sabe, na sobrevivência da sua espécie.
É neste contexto que a chegada do homem à Lua há 52 anos e a missão do Telescópio Espacial James Webb, é uma esperança para a espécie humana no longo caminho da sobrevivência; o projeto é de 1989 imediatamente anterior ao lançamento do famoso Telescópio Espacial Hubble, que está ao serviço há 30 anos.
Recordo as palavras deixadas pelo comandante da missão Apollo 11 na superfície lunar, (viemos em paz em nome de toda a humanidade).
Joaquim Vitorino – Astrónomo Amador