A época natalícia sempre foi sinónimo de paz, esperança, alegria e muitos momentos em família no calor das nossas casas. Infelizmente dado o momento pandémico que vivemos e o sobressalto das inúmeras variantes que vão surgindo, temos sido obrigados a ajustar as nossas vidas a novas realidades e a novas restrições que nos limitam o contacto com quem mais gostamos e que dão mais significado a esta época de festa – contudo essas mesmas restrições protegem-nos do incerto e do que daí pode advir.
Desde o início de 2020 que acompanhamos com muita apreensão o desenrolar dos desenvolvimentos quanto ao vírus da Covid-19, que teve origem na China, e todas as suas mutações. Passamos a estar familiarizados com linguagem técnica da área da saúde e mesmo sem qualquer formação específicas em virologia, passamos a dar a nossa opinião e até mesmo rebater opiniões de médicos e cientistas, que numa corrida contra o tempo, tentam combater este vírus, evitar a sua propagação e essencialmente minimizar as mortes que infelizmente podem dai advir.
A vacina contra a Covid-19 surge em Dezembro de 2020 e há precisamente um ano atrás, 8 de Dezembro de 2020 é administrada a primeira vacina contra a Covid-19 no Reino Unido. A partir daí assistimos a uma verdadeira maratona à vacinação, onde os países com maior poder económico e maior organização e mobilização da sua população conseguem liderar esta corrida, deixando para trás todos os outros países que pela sua fragilidade económica, não conseguem acompanhar este ritmos de imunização. Os países em dianteira já administram a terceira dose da vacina contra a Covid-19.
Países como os Países Baixos (Holanda) elevam a sua voz para demonstrar a sua consternação e assim levantam-se questões quanto à eficácia das vacinas no combate ao Covid-19. Um vírus que insiste em mutações que dão origem a versões novas, sem garantia de serem combatidas pelas vacinas atualmente existentes. Por todo o mundo assistimos a formas de contestação às políticas de confinamento, onde democracias implantadas à séculos sentem-se subjugados num jogo do incerto e que demonstram a sua revolta em confrontos, nem sempre ordeiros, expressando o seu descontentamento.
Num mundo global, onde grandes centros como Londres, Paris, Madrid, Nova Iorque, Tóquio e outros, contam com uma população internacional circulante em grande escala, a vacinação por países deixa de ser a única forma de combater este vírus. Vivemos numa economia global em movimento, onde somos expostos ao contacto com tantas outras nacionalidades assim que saímos à rua. Para além do acesso à vacinação, a importância de combater e prevenir este vírus deve ser tida num contexto global, com medidas coordenadas entre os países e suas populações, informando e educando quanto às medidas básicas que fazem a diferença na propagação deste e qualquer outro vírus, nomeadamente, medidas básicas de higiene, lavando assiduamente as mãos e mantendo boas práticas de higiene no nosso dia a dia; o combate à obesidade e má nutrição, em detrimento de uma alimentação balanceada e fomentar a prática de exercício físico em todas as idades, por forma a fortalecer o nosso sistema imunitário e nos capacitar para uma imunidade individualizada; fomentar o distanciamento social, evitando grandes aglomerados de pessoas; promover a circulação do ar em espaços fechados e obviamente continuar a incentivar o uso da máscara em espaços fechados.
Este ano, por todo o mundo, o Natal será vivido a vários ritmos, mas o importante é manter a precaução, para que os próximos anos sejam vividos com mais tranquilidade.
Artigo original publicado no Jornal da Madeira a 06/12/2021