Ajudar jovens luso-americanos a reforçar a ligação com as raízes portuguesas e aproveitar oportunidades para se tornarem líderes é o lema e objetivo para o futuro do programa para jovens NextGen, nos Estados Unidos.
As prioridades para mais envolvimento das novas gerações na história da emigração portuguesa para os Estados Unidos foram discutidas num painel virtual, na noite de sexta-feira, por cinco membros da academia NextGen, iniciativa do Conselho de Liderança Luso-Americano (Portuguese American Leadership Council, PALCUS).
“O melhor que podemos fazer para a próxima geração é replicar sucessos que já tivemos”, disse Fábio Sousa, filho de portugueses a viver em Nova Jérsia, no nordeste do país, usando o exemplo do moderador da sessão, Jordan Thomas, jovem luso-americano premiado com várias distinções, antigo estudante das Universidades de Princeton e de Oxford.
Para Fábio Sousa, a NextGen Academy, um grupo de trabalho que junta luso-americanos dos 18 aos 35 anos, tem uma missão especial de “ajudar os outros”.
Também Kayla Faria, criadora do “NextGen podcast” sobre histórias de emigrantes portugueses, destacou que “a informalidade é uma das forças” do grupo, que dá voz a todos para poder reivindicar a cultura e a língua portuguesas.
Filha de açorianos e natural de Fall River, no estado do Massachusetts (nordeste), com uma grande ligação à comunidade portuguesa nos Estados Unidos, Kayla Faria disse que o ‘podcast’ é uma forma de trazer os mais novos para dentro da comunidade, com exemplos de aprendizagens, ligações, contactos e dificuldades de luso-americanos de destaque.
Kayla Faria sublinhou também que o grupo NextGen, que iniciou a primeira edição no final de 2020, tem uma possibilidade e responsabilidade de partilhar “instrumentos para o sucesso” com jovens e também de repensar “o que a cultura luso-americana deve representar” no presente e no futuro.
Para todos os participantes, a pandemia de covid-19, que obrigou ao confinamento, foi um dos maiores motores para procurar mais contacto com a comunidade envolvente e com as raízes portuguesas.
Andrew Figueiredo, estudante de direito e filho de portugueses no estado do Kansas (centro-oeste), referiu também o entusiasmo por passar o grupo de trabalhos dos ecrãs para reuniões presenciais, com a pandemia a abrandar.
Não tendo uma presença forte de cultura e costumes portugueses no Kansas, Andrew Figueiredo destacou as oportunidades de formação, através de painéis e conferências organizados pela PALCUS e pela NextGen.
“Por não viver num lugar onde há muitos portugueses, não se veem todos estes eventos e oportunidades”, mas a NextGen facilita e propõe que “se agarrem estas oportunidades”, afirmou Andrew Figueiredo.
Para o estudante, “será crucial no futuro continuar a fazer o mesmo e construir líderes na comunidade”.
James Parker, antigo estagiário da PALCUS e agora membro da NextGen Academy, referiu que gosta de ouvir as histórias pessoais de modelos e líderes da comunidade.
Filho de uma emigrante portuguesa, James Parker adiantou que “um objetivo para a PALCUS é criar uma rede duradoura de contactos” para que profissionais de diversas áreas possam partilhar experiências com os mais novos e interessados em ingressar nos mercados de trabalho.
“Existem sempre pessoas que passam constantemente pelo processo, de se tornarem profissionais e tornarem-se ativos e envolvidos em diversas áreas”, disse Parker.
Jordan Thomas, um dos diretores da PALCUS, acrescentou que a pandemia foi um momento em que muitos jovens “procuravam maneiras de estar junto da comunidade, envolver-se na resposta à covid-19, manter-se ocupados” e que o início da NextGen mostrou logo um “compromisso de diálogo com pensamento crítico”, sobre cultura ou ajudas que os membros podem prestar.
A academia NextGen está em processo de recrutamento de novos membros e pronta a começar uma nova edição em 2022, acrescentou Jordan Thomas.