Enfermeiro português em Inglaterra vence concurso de logótipo da 1.ª travessia do Atlântico

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Um enfermeiro português que trabalha em Inglaterra, apaixonado por feitos aéreos e com gosto pelo design, venceu o concurso para o logótipo do centenário da primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul, promovido pela Força Aérea e a Marinha portuguesas.

O logótipo inclui os dois componentes deste feito: O marítimo, representado pelo mar, e o aéreo, presente através da imagem de uma das aeronaves que, em 30 de março de 1922, levou Sacadura Cabral (piloto) e Gago Coutinho (navegador) a percorrerem o Atlântico e a atingirem o Brasil, depois de passarem pelas Canárias e Cabo Verde.

Sacadura Cabral e Gago Coutinho percorreram 4.527 milhas náuticas (8.484 quilómetros), em 62 horas e 26 minutos, um “feito memorável”, na opinião de Rafael Filipe Fernandes, 31 anos, a exercer enfermagem em Inglaterra, que ao apresentar a sua proposta de logótipo a concurso pretendeu “contribuir, ainda que de forma simbólica, para essas comemorações”.

O júri desta iniciativa da Comissão Aeronaval Conjunta para as celebrações dos 100 anos da primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul (TAAS), composta pela Marinha e a Força Aérea Portuguesa (FAP), escolheu por unanimidade o trabalho de Rafael Filipe Fernandes, entre as nove propostas apreciadas.

“Desde sempre tive um particular interesse pelas missões da Força Aérea Portuguesa e segui atentamente as suas diversas iniciativas. Tomei conhecimento destas comemorações que, além de terem uma componente entre vários países – Portugal, [Cabo Verde] e Brasil – também há aqui uma partilha entre diferentes instituições: A FAP e a Marinha”, disse à agência Lusa.

Para Rafael Filipe Fernandes, esta foi “uma oportunidade de poder de certa forma contribuir, ainda que de forma simbólica, para essas comemorações”.

Este enfermeiro, que desenvolve ainda um especial gosto pelo design gráfico, o qual contribuiu para a elaboração deste logótipo, considera o feito de Sacadura Cabral e Gago Coutinho “um feito memorável”, equiparado a todos os feitos de Portugal no passado e ao nível das conquistas marítimas.

Contudo, lamentou que o acontecimento tenha acabado por “não ter tanta significância por parte” da população portuguesa e do país em si.

Um menor reconhecimento nacional que acaba por ter repercussões a nível internacional, segundo Rafael Filipe Fernandes, para quem é sempre possível inverter a situação.

“Acho que, de uma forma inicial, temos de começar a olhar para nós internamente e começar a partir daí. Passa muito pela significância que damos a nível nacional e isso reflete-se a nível internacional”, defendeu.

E espera, por isso, que as comemorações do centenário possam “trazer outra vez algum relevo a este feito”.

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