O setor do turismo na região Norte regista já um crescimento, com 1,1 milhões de dormidas registadas no 2.º trimestre de 2021, mas ainda está aquém dos valores anteriores à pandemia de covid-19, adiantou a CCDR-N.
Segundo adianta o relatório trimestral Norte Conjuntura, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), a que a Lusa teve acesso, “as dormidas nos estabelecimentos turísticos do Norte foram de 1,1 milhões no 2.º trimestre de 2021, que compara com apenas 305 mil no período homólogo de 2020”.
“Pese embora o crescimento, o valor ainda é bastante inferior ao número de dormidas registadas no 2.º trimestre de 2019”, num período pré-pandemia, em que foram 1,8 milhões, “ou seja, mais 63% do que no 2.º trimestre do corrente ano”.
Ficaram hospedadas na região Norte 663 mil pessoas no 2.º trimestre deste ano, enquanto no período homólogo de 2019 esse número ascendeu a um milhão.
Os residentes em Portugal representaram 71,3% do total de dormidas, face a 29,7% não residentes.
Apesar da “predominância do mercado interno – um facto apenas visível em contexto pandémico – começam a surgir sinais positivos de uma gradual normalização da atividade turística, com o reforço do mercado externo, após uma fase de declínio”, destaca o relatório.
Esses números refletem-se nas receitas, que cresceram de 14,2 milhões de euros no 2.º trimestre de 2020 para 64,4 milhões de euros este ano.
Em 2019, as receitas do 2.º trimestre no turismo foram de 181,6 milhões de euros, “um valor que é mais do dobro do obtido” em 2021, pelo que o documento aconselha “cautela” na interpretação dos valores.
“Existe um longo percurso a ser percorrido na recuperação financeira das empresas deste setor”, frisa.
Há ainda um aumento de 42,7% nas exportações de bens na região em relação ao ano passado, “no entanto, este forte crescimento resultou, sobretudo, de um efeito base associado à queda significativa que tinha sido observada no 2.º trimestre de 2020, durante o pico da crise pandémica”, realça a CCDR-N.
O relatório descodifica que, “comparando com o trimestre homólogo de 2019, um período anterior à pandemia de covid-19 e com os mercados internacionais em pleno funcionamento, as exportações de bens cresceram 1,1% no 2.º trimestre de 2021”.
Os números confirmam “a trajetória de recuperação da economia do Norte, revelando, desta forma, uma elevada resiliência perante o contexto extremamente recessivo do ano de 2020”, destaca o documento, revelando, no entanto, que, “a nível nacional, as exportações de bens do 2.º trimestre registaram uma evolução ainda mais favorável, ao crescerem 49,1% face ao 2.º trimestre de 2020 e 3% quando comparado com o trimestre homólogo de 2019”.
Este cenário acontece num contexto nacional em que o Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou 15,5% em relação ao período homólogo e 4,9% face ao 1.º trimestre deste ano, “invertendo a tendência de queda que se vinha a observar desde o início da crise pandémica”.
A nível internacional, há um aumento de 13,8% do PIB da União Europeia em relação ao período homólogo de 2020 e de 2,1% face ao 1.º trimestre de 2021.
“Nos quatro principais parceiros comerciais do Norte pertencentes à UE27 [Espanha, França, Alemanha e Países Baixos] também se observaram crescimentos económicos expressivos, o que beneficiou a procura externa dirigida à região”.