111 anos depois da implantação da república, precisamente um ano 8 meses e 4 dias depois do assassínio do Rei Dom Carlos I e de seu filho D. Luís o Príncipe Real, muitos portugueses questionam-se hoje se terá valido a pena o regicídio que posteriormente obrigou D. Manuel II o último Rei português ao exílio.
Hoje sabemos que as últimas quatro gerações vividas em república, não valeram a morte do Rei e do seu filho; e se ao fim de tantos anos faria algum sentido regressar à monarquia? O estado de pobreza generalizada em que a república coloca o povo português, são mais que evidentes e dizem que sim, porque não existe um único país europeu por quem os portugueses se possam nivelar em pobreza; onde a taxa de literacia é a mais baixa da Europa (menos de metade da média da União Europeia).
A divida pública, o fraco investimento do Estado, e continuação de fuga de licenciados, são uma evidência de que Portugal está a hipotecar o futuro das próximas gerações e dos nossos jovens e crianças de hoje; portanto o acontecimento de há 111 anos atrás que 5 de outubro comemora, não terá valido a pena.
A figura de um rei como alternativa à república que conseguisse reunir o consenso dos portugueses, provavelmente seria a única solução que resta aos portugueses, para que possam inverter o ciclo de pobreza continuada que atingiu Portugal.
Nos últimos 25 anos (uma geração), mais de metade dos portugueses baixaram na hierarquia social; com mais de 20 por cento da população a entrar na pobreza sem retorno, ao que se juntam mais 40 por cento dos portugueses que vivem em pobreza se comparados com os seus parceiros europeus; sendo os jovens e crianças, e também idosos os mais penalizados.
A enorme dívida pública que o país contraiu nos últimos anos não serviu para desenvolver o país; tendo sido nulos os resultados dos sacrifícios exigidos aos portugueses, que começam a perder a esperança de um Portugal próspero e justo, para aqueles que atualmente vivem em piores condições que os seus progenitores viviam há 30 anos.
Portugal perdeu todas as perspetivas de melhorar a qualidade de vida da sua população; motivo que levou à quebra do frágil elo que ligava os portugueses à elite dominante, que tem perdido todas as oportunidades para retirar o país da cauda da Europa. Nos últimos 13 anos os portugueses foram o povo que mais empobreceu na União Europeia, com grande incidência na pobreza infantil e jovem; precisamente aqueles, que vão ter que pagar a monstruosa dívida pública, que a última geração de governantes contraiu.
A pobreza prolongada a que se junta uma taxa de desemprego jovem elevada, tem sido a impulsionadora da maior taxa de emigração dos países da União Europeia, e é também responsável pela elevada quebra da natalidade em Portugal que dificilmente inverterá esta tendência nos próximos anos; porque não existem condições apelativas para travar a emigração por um lado, e por outro criar condições que estimulem o regresso dos nossos emigrantes, que nos últimos anos constituem a elite da migração mundial; levando para fora o melhor que as nossas Universidades produzem. Neste contexto; e voltando à questão se terá valido a pena a mudança de regime de uma monarquia constitucional para uma república, esta última falhou por todos os motivos que são do conhecimento público; por isso o regime vigente que teve na origem o assassínio do Rei e de seu filho o Príncipe Real não terá valido a pena.
Portugal está hoje muito mais assimétrico e com escandalosas desigualdades; este regime que não cumpre com os seus cidadãos, o que lhes vem prometendo há 111 anos sucessivamente e que nunca se submeteu a um referendo, não valeu a pena. A república nos últimos anos transformou Portugal numa enorme fábrica de pobreza, e os portugueses no povo mais pobre, inculto e improdutivo da Europa; o que levou aos caminhos da emigração mais de um milhão e duzentos mil dos nossos cidadãos mais qualificados, que deixaram para trás o país mais pobre em tudo.
Os maiores feitos e desafios da história de Portugal, forem todos eles protagonizados em regime monárquico; que manteve unido centenas de anos, um território 130 vezes superior ao atual. Quase todas as monarquias do mundo, ocupam os primeiros lugares no ranking do desenvolvimento, felicidade do seu povo, prosperidade, cultura e modernização.
A república empobreceu o país, e ultimamente alienou todo o património relevante para recuperar; como a EDP, Companhia das Águas, Bancos, CTT etc; e levou a que um em cada três tivesse que procurar a sua sobrevivência além fronteiras, contraindo assim um enorme deficit para com o povo português; é neste contexto que Portugal, teria todas as vantagens regressar à monarquia constitucional que foi interrompida há 111 anos; que seria motivadora da autoestima do seu povo, elevação e orgulho da sua história. É por isso que o regicídio que levou ao regime que hoje o 5 de outubro vem lembrar, nada trouxe de benefício à esmagadora maioria dos portugueses, para que possam dizer que valeu a pena.
Joaquim Vitorino