Quase 500 pessoas juntaram-se no centro de Lisboa em dois atos de protesto de apoio ao movimento brasileiro #ForaBolsonaro, que se mobiliza também no Brasil e noutros países contra as políticas do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com as organizações das duas iniciativas, em declarações à Lusa, estiveram cerca de 250 pessoas no protesto no Rossio, que decorreu entre as 17:00 e as 19:00, e à volta de 200 tinham passado pelo Largo Camões pelas 19:15, numa ação que teve início às 18:00.
O protesto do Rossio foi organizado pelo núcleo de Lisboa do Partido dos Trabalhadores (PT), com o coletivo Alvito, o coletivo Revolu e o Partido Comunista do Brasil e, de acordo com o coordenador do Núcleo PT Lisboa, Pedro Prola, teve ainda o apoio de partidos e organizações portuguesas como o PCP, o BE, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e a SOS Racismo.
No Rossio houve “batucada e discursos dos organizadores” e foi marcado um novo protesto, desta vez “uma marcha”, que irá acontecer em Lisboa no dia 13 de novembro, adiantou Pedro Prola.
Já no Largo Camões, onde decorreu a ação organizada pelo Coletivo Andorinha, foi lido o manifesto “Solidariedade Internacional ao Brasil: Portugal denuncia Bolsonaro genocida”, lançado inicialmente em Portugal em julho, mas que agora ganhou uma “versão Ibérica”, com a inclusão de Espanha, disse à Lusa Débora Dias do coletivo.
Durante o protesto, que tal como no Rossio também envolveu “batucada”, foi promovida uma recolha de assinaturas para aquele abaixo-assinado, já subscrito por figuras públicas como o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, os deputados Beatriz Gomes Dias (BE), Isabel Moreira (PS), Joacine Katar Moreira (não inscrita) e António Filipe (PCP), a escritora Alexandra Lucas Coelho, os atores Ivo Canelas, Joana de Verona e Cleia Almeida, o coreógrafo João Fiadeiro, os realizadores Sérgio Treffaut e Susana de Sousa Dias ou o cantor Sérgio Godinho.
De acordo com Débora Dias, a subscrição do documento decorre também online, através da plataforma Petição Pública.
Além de Lisboa, também o Porto e Braga acolheram ações e protesto de apoio ao movimento brasileiro #ForaBolsonaro.
“O objetivo da nossa manifestação é apoiar o movimento #ForaBolsonaro no Brasil. Mesmo a viver fora do país, estamos muito indignados com o que está a acontecer no Brasil, nomeadamente com a má gestão da pandemia de covid-19 e agora com as denúncias de corrupção que estão a surgir” neste contexto, declarou à agência Lusa uma das organizadoras da manifestação em Braga, a jornalista Cristina Bighetti.
Em Braga, a manifestação contra as políticas de Jair Bolsonaro – organizada por vários coletivos de imigrantes brasileiros, como o coletivo Esquerda em Braga, coletivo Marielle e coletivo Anónimas – estava marcada para a praça da República, às 18:00.
“Queremos manifestar-nos contra as privatizações e o marco temporal das terras indígenas [que define que os indígenas só podem manter as terras onde já estavam desde 05 de outubro de 1988], a luta contra o fascismo, entre outros pontos”, declarou à Lusa Nádia Almeida, uma das organizadoras da manifestação do Porto, marcada para as 16:00 no Centro Português de Fotografia, na Cordoaria.
“Vários coletivos estão na organização desta manifestação, incluindo o Comité de Luta Portugal, do qual sou integrante”, referindo ainda que vários coletivos e pessoas integram e organizam as inúmeras ações e manifestações que são organizadas no Porto, como o coletivo Estrela, nomeadamente com o apoio do Núcleo do PT em Lisboa.
Segundo o movimento brasileiro #ForaBolsonaro, estavam confirmados para 167 atos e manifestações em 160 cidades brasileiras e em 14 países.
Entre os países que acolhem protestos, além de Portugal, estão Alemanha, Argentina, Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Porto Rico, Suíça, Dinamarca, Bélgica e Áustria.
De acordo com o movimento #ForaBolsonaro, várias organizações políticas e entidades sociais estão unidas e comprometidas com a democracia e com o objetivo de estabelecer iniciativas conjuntas na defesa do Brasil e contra as políticas de Bolsonaro.