Um em cada quatro idosos sente-se só e tem sintomas depressivos

Data:

Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) concluíram que um em cada quatro idosos se sente só e tem sintomas depressivos, apelando para que sejam adotadas “medidas urgentes” para “combater a epidemia da solidão”.

Em comunicado, o centro da Universidade do Porto afirma hoje, em que se assinala o Dia Internacional da Pessoa Idosa, que o projeto avaliou “os desafios associados ao envelhecimento demográfico”.

A partir da base europeia SHARE, que acompanha pessoas com mais de 50 anos e pretende responder aos objetivos da Década do Envelhecimento Saudável, o projeto, intitulado QASP (Qualidade de Vila e Envelhecimento em Espanha, Portugal), concluiu que a chamada “epidemia de solidão” e os problemas de saúde mental requerem “medidas urgentes” para promover a qualidade de saúde e vida.

“É urgente desenvolver meios de deteção precoce dos problemas de solidão, isolamento social e sofrimento psicológico em pessoas idosas, assim como promover programas de apoio às famílias”, alertam os investigadores, citados pelo CINTESIS.

O projeto, que decorreu ao longo de três anos e vai ser apresentado hoje na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), conclui que cerca de 22% da população portuguesa tem 65 ou mais anos e que “uma em cada quatro pessoas idosas tem sentimentos de solidão e sintomas depressivos”.

Os investigadores salientam por isso a necessidade de desenvolver “ações a todos os níveis”, nomeadamente, individual, comunitário e institucional em articulação com a administração publica, os serviços sociais e da saúde, movimentos associativos e investigadores.

Para combater a “solidão indesejada” e o isolamento, a equipa envolvida no projeto recomenda a deteção precoce dos problemas e a promoção de programas comunitários e de apoio às famílias que “garantam o descanso do cuidador e a conciliação dos cuidados prestados à família”.

Já para lidar com o sofrimento psicológico dos mais velhos, principalmente, estados depressivos e ansiedade aconselham, além da deteção precoce, o “desenvolvimento de atividades na comunidade que estimulem simultaneamente capacidades físicas, psicológicas e sociais”.

Citado no comunicado, Óscar Ribeiro, investigador do CINTESIS e coordenador do projeto em Portugal, afirma ser necessário “fomentar a participação das pessoas mais velhas em todas as fases dos programas de cuidados e promoção da saúde física e mental, ajudando-as a sentirem-se valorizadas, uteis e com propósito de vida”.

Também Maria João Forjaz, coordenadora do projeto e investigadora do Instituto de Saúde Carlos III (Espanha), salienta ser preciso desenvolver “intervenções multidisciplinares com o objetivo de mitigar a solidão e o isolamento social”.

“Pretendemos sensibilizar e colocar a temática do envelhecimento na agenda política. Para isso, é preciso chegar a vários organismos e instituições ao mesmo tempo. Também é preciso que as empresas tenham em conta estratégias para abordar o envelhecimento dos seus trabalhadores”, refere a coordenadora.

As recomendações do projeto, financiado pelo Instituto de Saúde Carlos III, são dirigidas às autoridades de saúde, decisores políticos e profissionais que trabalham com pessoas idosas, tanto em Portugal, como em Espanha.

A apresentação do projeto, que decorre entre as 09:30 e as 13:00, conta com a presença de membros da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Share post:

Popular

Nóticias Relacionads
RELACIONADAS

Compal lança nova gama Vital Bom Dia!

Disponível em três sabores: Frutos Vermelhos Aveia e Canela, Frutos Tropicais Chia e Alfarroba e Frutos Amarelos Chia e Curcuma estão disponíveis nos formatos Tetra Pak 1L, Tetra Pak 0,33L e ainda no formato garrafa de vidro 0,20L.

Super Bock lança edição limitada que celebra as relações de amizade mais autênticas

São dez rótulos numa edição limitada da Super Bock no âmbito da campanha “Para amigos amigos, uma cerveja cerveja”

Exportações de vinhos para Angola crescem 20% desde o início do ano

As exportações de vinho para Angola cresceram 20% entre janeiro e abril deste ano, revelou o presidente da ViniPortugal, mostrando-se otimista quanto à recuperação neste mercado, face à melhoria da economia.

Área de arroz recua 5% e produção de batata, cereais, cereja e pêssego cai 10% a 15%

A área de arroz deverá diminuir 5% este ano face ao anterior, enquanto a área de batata e a produtividade dos cereais de outono-inverno, da cereja e do pêssego deverão recuar 10% a 15%, informou o INE.