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“Foram cinco minutos que foi quase como se tivesse morrido e entretanto voltasse”

28 Setembro, 2021 Atualidade
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“Foram cinco minutos que foi quase como se tivesse morrido e entretanto voltasse”

Maria Luísa foi violada este verão, em junho, no Porto, à entrada do prédio de sua casa, quando regressava dum jantar de amigas. Os minutos em que foi violada é como se tivesse morrido às mãos do agressor.

Conta que voltou à vida quando o violador abandonou a cena do crime. Terá sofrido de imobilidade tónica significativa, uma espécie de paralisia temporária devido ao medo excessivo.

“Foram cinco minutos que foi quase como se tivesse morrido e entretanto voltasse. Só senti a seguir. Na hora não senti nada”, conta Maria Luísa, 27 anos, licenciada, assumindo que no momento da violação é como se tivesse congelado momentaneamente.

Na cabeça de Maria houve uma ausência de tempo. O homem que a violou não proferiu uma palavra, mas ela reconhece-lhe o rosto se o vir na rua.

Lembra-se que tinha a boca tapada e que lhe era difícil respirar.

“Não consigo explicar porque não reagi. Não sou muito pesada, nem aparento ser muito forte, mas acho que seria capaz de ter fugido. Incomoda-me pensar que não pensei, não reagi. Acho que não sentia nada”.

No dia da violação tinha ido jantar com uma amiga. Regressou sozinha a casa, no seu carro. Uma casa sem garagem no centro do Porto que a leva a estacionar onde há lugar disponível.

Nessa noite, quando estacionou a viatura apercebeu-se que alguém estava encostado ao muro.

“Quando sai do carro é que me apercebi que a pessoa se pôs atrás de mim. Fiquei um bocadinho nervosa. Comecei a acelerar o passo, apercebi-me que a pessoa acelerou o passo também. Comecei a correr e a tirar a chave do apartamento da mochila”, contou.

Maria ainda conseguiu tirar as chaves e abrir a porta do prédio, mas não teve força suficiente para a fechar.

De acordo com os telefonemas à polícia, a violação durou cinco minutos.

Um recente estudo científico do Instituto Karolinska (Suécia), realizado a 298 mulheres violadas, revela que 70% dessas vítimas relataram que sofreram de imobilidade tónica significativa.

A diretora técnica do Centro de Atendimento para Vítimas de Violência Sexual no Porto, Ilda Afonso, conta que há mulheres que no momento do crime nem sequer conseguem gritar.

“Tentam pedir ajuda e não sai qualquer som. Há mulheres que paralisam de medo e outras que até poderiam resistir, mas que percebem que se resistirem podem ser mortas e escolhem não resistir”, descreve.

A violação e a importunação sexual são os crimes mais denunciados naquele centro e as mulheres que mais procuram ajuda têm entre 25 e 40 anos. As denúncias de violência sexual e os pedidos de ajuda mantiveram-se na pandemia, registando-se um aumento dos pedidos de ajuda de vítimas de violência sexual na intimidade.

“As vítimas chegam com traumas muito severos, porque são vítimas de violência sexual muito grave. São vítimas em que toda a sua vida fica comprometida (…). São mulheres com depressões, com stress pós-traumático, com uma variada sintomatologia, agravada agora com o período da covid-19 devido ao isolamento. A violência sexual traz consequências para a vida toda. Só com apoio especializado e continuado é que conseguem melhor a sua qualidade de vida”.

A presidente da Liga Feminista do Porto, Diana Pinto, conta que este ano chegaram à associação “três denuncias de violação” – uma em abril, na estação de metro da Trindade -, e “largas dezenas de denuncias de importunação sexual” (masturbação em público, mostra de genitais, toques indesejados e violência verbal).

A Liga fez o mapeamento das denúncias, concluindo que os locais com maior incidência são Boavista, Bonfim e Campanhã. “Mais de metade das denúncias de abuso sexual e importunação sexual ocorreram no centro e Baixa do Porto”.

Joana (nome fictício), 23 anos, estudante no ensino superior no Porto, foi vítima de importunação sexual em plena luz do dia. Eram 14:00 de um domingo de abril deste ano quando se deslocou a uma lavandaria ‘self-service’ na rua de Santo Ildefonso com uma amiga.

Apareceu um homem a pedir-lhes dinheiro. Joana não deu e o homem segurou nos seus próprios genitais e atacou-as com uma frase obscena e ameaçadora.

“Estávamos encurraladas na lavandaria”, conta, sendo que a importunação sexual parou com a chegada de um cliente.

Diana Pinto e Ilda Afonso consideram que o crime de violação deve passar a crime público.

“Tinha esperanças ainda para esta legislatura, mas o mais tardar na próxima [legislatura] espero que isto não seja mais uma questão. Todos os dias que esperamos mulheres encontram-se em situações de perigo e inacessibilidade à justiça, que é um direito que lhes assiste”, declarou Diana Pinto.

Para Ilda Afonso, é urgente que a denuncia da violação possa ser feita até três anos após o crime.

“As mulheres precisam de se colocar em segurança e o espaço de três anos é muito importante. Temos de conseguir, em Portugal, ter um processo mais amigo, que dê apoio à vítima”, diz.

Helena (nome fictício), 22 anos, estudante, foi perseguida por um estrangeiro, em maio, por volta da meia-noite nas Fontainhas, quando esperava um Uber com uma amiga. Depois de fugirem, correndo pela ponte D. Luís, as duas amigas conseguiram entrar num táxi.

O choro no táxi, por se sentir a salvo, nunca o esquecerá. Não esquecerá também o dia em que adormeceu no sofá da casa de uns amigos, acordando com os calções abertos. Tinha sido abusada sexualmente.

“Viver depois da violação é lutar quase constantemente para não sentir que a nossa vida é aquilo [violação]. Apesar de sabermos que as pessoas não pensam isso, é inevitável pensarmos isso sobre nós próprios”, resume Maria, que no dia da violação foi levada para o Hospital de São João e fez denúncia à Judiciária.

Hoje, Maria tem ajuda psicológica e espera um telefonema da polícia com novidades.

“Sou uma privilegiada, porque felizmente tive meios para conseguir sair daquela casa, porque há muita gente que vive o que eu vivi e que tem de continuar a passar lá todos os dias, porque não tem forma de sair dali. Sou uma privilegiada, porque tenho um emprego que me permite viver sozinha e me permite sair daquele sítio. Mas viver depois é muito difícil”, desabafou.

Maria Luísa está focada em se reconstruir: “Este ano é quase um ano sabático. Preciso de parar e talvez voltar, ou quem sabe, pela primeira vez, tentar conhecer-me e tentar apaixonar-me, porque não é fácil continuarmos a viver se não tivermos apaixonados por nós próprios”, conclui.

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