Sem maioria no executivo, o independente Rui Moreira foi reeleito este domingo presidente da Câmara do Porto, e o BE elegeu um vereador pela primeira vez, enquanto o PS perdeu um e o PSD duplicou o mandato de 2017.
Com as sete freguesias apuradas, o movimento independente Rui Moreira: Aqui Há Porto! obteve, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Administração Interna (MAI), 40,72% dos votos, elegendo seis vereadores, não tendo conseguido reeditar a maioria absoluta conquistada nas autárquicas de 2017.
Em declarações aos jornalistas quando ainda estavam por apurar duas das sete freguesias do concelho, Rui Moreira garantiu que a governação da cidade estava assegurada, mas não fechou a porta a eventuais coligações.
“Aquilo que temos de avaliar é se valerá a pena tentarmos governar sozinhos, ou se haverá condições para chegar a acordo com alguma das forças políticas — não sei dizer. Aliás, acho que elas também não sabem”, declarou na altura.
Já com os resultados das freguesias apurados, o BE congratulou-se com a eleição do primeiro vereador na Câmara do Porto, assinalando que tal “se deve” ao partido.
“[É] também o fim do reinado do rei Moreira e da sua `Via Verde´ no executivo municipal. Queria dizer a Rui Moreira uma coisa importante, que afinal o improvável acontece”, atirou o cabeça de lista do BE, Sérgio Aires.
Nas eleições deste domingo, o BE que até então tinha apenas representação na assembleia municipal e juntas de freguesia, conquistou 6,25% dos votos, elegendo pela primeira vez um vereador.
Por oposição, o PS perde um mandato comparativamente às eleições de 2017, ao conseguir este domingo 18,02% dos votos, elegendo três vereadores para o executivo.
Em reação aos resultados ainda não consolidados, Tiago Barbosa Ribeiro afirmou que o PS sai como o “maior partido” da cidade, mantendo o segundo lugar nas eleições.
“Só tenho uma palavra. As questões de governabilidade na Câmara do Porto não se colocam”, afirmou o socialista, garantindo que continuará a não aceitar nenhuma aliança.
Contrariamente ao PS, o PSD duplicou o número de mandatos, elegendo mais um do que em 2017.
O social-democrata Vladimiro Feliz – que conquistou 17,25% dos votos, elegeu dois vereadores – assumiu, contudo, que “os resultados deste domingo não foram os ambicionados”, sublinhando que, embora o independente Rui Moreira tenha sido reeleito, falhou o objetivo de ter maioria.
Apesar de ser a terceira força política mais votada no Porto, atrás do independente Rui Moreira e do PS, Vladimiro Feliz acredita que o PSD vai ganhar as eleições autárquicas nos próximos quatro anos.
Ainda com freguesias por apurar, a cabeça de lista da CDU Ilda Figueiredo confirmava já a sua reeleição como vereadora, adiantando ter obtido uma subida na votação e de representatividade nas freguesias.
“A luta vai continuar, provavelmente em melhores condições para defender os interesses e os direitos dos moradores e o desenvolvimento da cidade do Porto, uma cidade progressista, mais justa, solidária”, disse. Com 7,51% dos votos, Ilda Figueiredo mantém o seu lugar na vereação.
À semelhança da vereação, o independente Rui Moreira obteve 34,51% dos votos para a assembleia municipal, mas também sem maioria e perdendo um deputado. Neste órgão, o PS perdeu três deputados (oito), o PSD ganhou três (oito), CDU, BE e PAN mantém o número de deputados e o Chega elege o primeiro.
Também nas freguesias, o movimento independente Aqui Há Porto conquistou cinco das seis freguesias a que se candidatou. A freguesia de Paranhos mantém-se PSD e em Campanhã o independente decidiu apoiar o socialista e atual presidente da junta, Ernesto Santos, que foi reeleito.
Nas autárquicas de 2017, o autarca Rui Moreira foi reeleito para o cargo, com maioria absoluta, tendo conquistado 44,46% dos votos e alcançado sete mandatos, contra seis da oposição: quatro do PS, um do PSD/PPM e um da CDU.
Em 2013, quando foi eleito pela primeira vez, o independente conseguiu conquistar 39,25% dos votos e seis vereadores, contra três do PS, três do PSD/PPM e um da CDU.
No Porto, foram a votos nestas eleições o Movimento independente “Rui Moreira: Aqui há Porto” – apoiado por IL, CDS, Nós Cidadãos, MAIS -, Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre).