Produção de energia nuclear pode duplicar até 2050

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A produção de energia nuclear pode ser em 2050 o dobro da atual, segundo estimativas da ONU.

A estimativa atualiza em alta, pela primeira vez desde o acidente de Fukushima, no Japão, em 2011, o uso desta fonte no contexto da luta contra as alterações climáticas.

“As novas projeções da OIEA (Organismo Internacional de Energia Atómica) mostram que a energia nuclear continuará a ter um papel indispensável na produção de energia com baixas emissões de carbono”, assegura em comunicado o diretor-geral daquela agência da ONU.

A OIEA acaba de publicar um documento no qual prevê um cenário em que a produção de energia nuclear duplica até 792 gigawatts até 2050, mais 10% do que o inicialmente previsto para aquele ano, no último cálculo de 2020.

“Muitos países estão a considerar a introdução de energia nuclear para impulsionar a produção de energia fiável e limpa”, indica a OIEA, ao justificar a previsão, que, precisa, não significa ainda que haja uma alteração definitiva da tendência.

Para a organização, será preciso aplicar novas tecnologias nucleares e construir muitas centrais nucleares novas para substituir as atuais, das quais 66% estão a funcionar há 30 anos e cuja vida útil varia entre 60 e 80 anos.

A incerteza sobre a substituição dos reatores é especialmente forte na Europa e nos Estados Unidos.

Os cálculos incluem uma previsão mais pessimista, em que a produção de energia nuclear estagnará e será em 2050 a mesma que atualmente.

Após o acidente nuclear da central japonesa de Fukushima e a reabertura do debate sobre os riscos da energia atómica, a Alemanha anunciou que no próximo ano deixará de operar centrais nucleares, Espanha e Suíça decidiram não construir novas unidades e o Japão paralisou durante várias semanas todas as centrais.

Segundo a própria OIEA, 65 reatores deixaram de funcionar ou a sua vida útil não foi prolongada, entre 2011 e 2020, com o que se perdeu aproximadamente 12% da produção deste tipo de energia.

Em 2020, a energia nuclear gerou cerca de 10% da eletricidade mundial, um número aquém dos 37% do carbono, a fonte de energia mais usada e a mais poluente.

“As conclusões do relatório representam um sinal encorajador da crescente consciencialização de que a energia nuclear, que não emite dióxido de carbono durante o seu funcionamento, é absolutamente vital nos nossos esforços para alcançar as emissões líquidas zero”, sublinha o comunicado da OIEA.

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