Macau registou este domingo a mais alta taxa de abstenção nas eleições para a Assembleia Legislativa (AL) desde que foi criada a região administrativa especial chinesa, segundo dados oficiais.
A comissão que gere as eleições indicou que durante a votação, que decorreu entre as 09:00 e as 21:00 de domingo (horas locais, mais 07:00 do que em Lisboa), a taxa de afluência ficou-se pelos 42,38%, quando em 2017 se estabeleceu um recorde de participação de 57%.
Dos mais de 325 mil eleitores, pouco mais de 137 mil exerceram o direito de voto, no sufrágio direto. No sufrágio indireto, a taxa de afluência foi de 87,33%.
O processo eleitoral em Macau ficou marcado pela exclusão do campo pró-democracia.
A comissão que gere as eleições excluiu cinco listas e 20 candidatos, 15 dos quais associados ao campo pró-democracia, por “não defenderem a Lei Básica da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]” e não serem “fiéis à RAEM”.
A transferência da administração de Macau de Portugal para a China ocorreu no final de 1999.
Apenas um português, José Pereira Coutinho, encabeçou uma das listas, a Nova Esperança, que apresenta ainda em quinto lugar Lídia Lourenço.
Ambos fizeram parte do Conselho das Comunidades Portugueses, ela como suplente, ele enquanto presidente.
Já o arquiteto Rui Leão, presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa CIALP, está integrado, em sétimo lugar, na lista Observatório Cívico, encabeçada pela deputada da AL Agnes Lam.
Pereira Coutinho e Lídia Lourenço repetiram as respetivas candidaturas, Rui Leão regressou depois de ter ficado de fora em 2017. Pereira Coutinho será o único em lugar elegível, de acordo com os resultados das últimas legislativas.
A AL, entre 2021 e 2025, será composta por 33 deputados, de entre os quais 14 deputados eleitos por sufrágio direto, 12 eleitos por sufrágio indireto e sete outros nomeados pelo chefe do Executivo.