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Jorge Sampaio (1939-2021) 

13 Setembro, 2021 Opinião
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Jorge Sampaio (1939-2021) 

Já muito se disse sobre o Presidente da República de Portugal Jorge Sampaio, que faleceu no passado dia 10 de setembro, vítima de doença, tendo as declarações sido unânimes quanto à pessoa, ao ser humano, mais fortes do que quaisquer divergências ideológicas. Tal parece espelhar em merecida homenagem a sua própria forma de estar na vida: nunca deixou que a diferença político-ideológica autorizasse uma postura de menor respeito face às pessoas de quem divergia. Já lá vamos.

Tinha escrito na quarta-feira uma mensagem a pessoa próxima para saber da sua condição e enviar um abraço com o desejo de rápidas melhoras. Na sexta-feira, quando estava de volta do texto para esta coluna e soube da sua triste partida, decidi substituí-lo por um testemunho sobre a sua forma de estar e ser, convicto de que vale a pena ser conhecido.

Em 1998, quando eu cumpria o segundo mandato como Presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro, recebi uma carta muito amável do então Presidente da República a agradecer o nosso empenho na Causa de Timor, enaltecendo a nossa campanha de recolha de fundos para apoiar os estudantes timorenses da Universitas Timor Timur (Díli), realizada em parceria com D. Carlos Ximenes Belo. Essa iniciativa era a resposta a um desafio deixado pelo bispo de Díli numa visita à Universidade, em maio de 1997, a convite da Associação Académica, pouco tempo depois de ter sido galardoado com o Prémio Nobel da Paz. A campanha “Bolsas para Timor”, que foi conduzida pela Associação Académica, com coordenação do meu colega de direção Miguel Oliveira, foi lançada com a presença do Nobel e teve a adesão imediata, entre outras personalidades e entidades, do reitor Júlio Pedrosa, do bispo de Aveiro D. António Marcelino e do diretor de área educativa de Aveiro Manuel Silvestre. A campanha angariava na época cerca de seis mil contos por ano, que eram depois enviados ao bispo Belo para aplicação em Timor, evitando o afastamento do ensino superior de jovens com carências económicas. Jorge Sampaio, também ele antigo dirigente académico, ficaria com a figura de patrono daquela ação. Permito-me citar dessa sua carta de 8 de julho de 1998, que tanto nos surpreendeu e agradou na altura, um pequeno excerto: “É um gesto que revela, na sua singeleza, a força do espírito de generosidade da jovem geração portuguesa, disposta a tomar nas suas mãos as causas da liberdade e do direito, como é o caso da luta da martirizada comunidade timorense”.

Decidi trazer esta correspondência a público não pelo elogio dirigido à Associação Académica, mas antes pelo que ela diz sobre o alto carácter de quem a redigiu. Um Presidente da República que escreve a um simples presidente de uma associação de estudantes para destacar, reconhecer e incentivar as suas ações, ainda que singelas, para mais começando o ofício pela sua própria mão com “Senhor Presidente” e terminando-o do mesmo jeito com “os meus amigos cumprimentos de muita estima e apreço”. Depois envolveu-nos em novas redes de comunicação e ação em prol da defesa do povo timorense e chegou a convidar-me para ir a Belém para trabalho e convívio. Foram muitas as confirmações dessas suas qualidades humanas, às vezes tão raras nas elites e, em particular, na política, do respeito, do cuidado e do reconhecimento do valor dos outros, por mais modestos ou por mais divergentes que sejam em termos ideológicos, que pude presenciar, mesmo depois de ter deixado a Presidência.

Doutor honoris causa pela Universidade de Aveiro (UA) em 2008, Jorge Sampaio lançou em novembro de 2013 a Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios, um programa de bolsas de estudo de emergência cujo objetivo passava por garantir oportunidades de continuação de estudos superiores a jovens sírios apanhados pela guerra e, desse modo, preparar a geração futura a quem caberá reconstruir o país. Tive a sorte de ser na UA, quando era assessor na reitoria para a cooperação internacional e internacionalização, a pessoa que tratou, em termos mais executivos, com o Presidente Sampaio e a sua assessora, a diplomata Helena Barroco, da vinda de um grupo de estudantes sírios para os mais diversos níveis de formação, desde a licenciatura ao doutoramento, que aqui têm estudado com muito sucesso. A sua prática inclusiva, mais do que meras palavras de circunstância, permitia, por simples exemplo, ter como vice-presidente da Plataforma a Doutora Manuela Ferreira Leite, antiga ministra das Finanças a quem não tinha poupado críticas no passado. No âmbito desta minha ligação pude participar nalgumas reuniões e momentos de convívio mais informal, por exemplo às refeições, e testemunhar a forma elevada como se referia sempre aos adversários do seu passado político. Mesmo em ocasiões em que alguém se sentisse tentado a deslizar para uma crítica menos construtiva, Jorge Sampaio logo colocava, com elegância, os assuntos no tom correto dessa gentlemanship, que alguns atribuem à educação de influência inglesa, mas que é sempre uma opção livre e exigente do carácter individual, marca dos melhores, infelizmente rara no nosso ambiente tribalista, que mistura as ideias com as pessoas num caldo pouco temperado pela ética.

Foi ainda notável o seu empenho na promoção da língua portuguesa, da união da comunidade dos povos que se expressam nesse idioma e no aprofundamento de boas relações entre os países membros da CPLP. Esta sua faceta escalou o topo da montanha com o papel decisivo na fase final da luta dos timorenses pelo direito à autodeterminação. A sua ação diplomática, mas muito firme e eficaz, no âmbito dos direitos humanos – e eu acrescentaria para a concórdia dos povos ao abrigo da liberdade e do direito, que fez com que nunca confundisse, por exemplo, o regime indonésio com o povo indonésio –, tinha levado a um forte reconhecimento internacional como construtor de pontes, que culminou com a nomeação pelo Secretário Geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, em 2007, como Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Por estas razões me envolvi com um modesto contributo para que a ONU lhe atribuísse o prémio Mandela em 2015 (na primeira vez em que foi atribuído).

Mais tarde, em 2018, dando mais uma prova de simplicidade e proximidade, acedeu imediatamente ao pedido que lhe fiz para que escrevesse o Prefácio do livro, editado em Timor-Leste, “O Voo do Pombo: memórias de Falur Rate Laek”, um testemunho na primeira pessoa de um importante guerrilheiro timorense, construído a partir de conversas que teve comigo e com a professora Ana Margarida Ramos do Departamento de Línguas e Culturas da UA. Porém, não o fez sem dizer que antes precisava de ler o livro, rejeitando emitir palavras simpáticas, mas vagas de fundamento e sentido.

Não podia deixar de partilhar este testemunho de reconhecimento da sua dimensão humanista, da sua defesa da amizade entre os povos lusófonos, da proximidade que cultivava com os outros, independentemente da esfera de poder a que pertencessem, e de uma prática política fundada em elevados preceitos éticos e de respeito pelo outro.

Ângelo Ferreira
Coluna com publicação ainda nos jornais Diário de Aveiro, Timor Post, Diário dos Açores, LusoPresse (Canadá), Portuguese Times (EUA).
Sugestões/comentários: angeloferreira@ua.pt

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