Uma funcionária do Hospital Privado de Gaia, que exerce também funções de delegada sindical, foi hoje expulsa do posto de trabalho após recusar cumprir um horário de 10 horas, denunciou o sindicato.
Fonte do sindicato contactada pela Lusa esclareceu que a trabalhadora “foi confrontada há dias com a alteração do seu horário das oito para as 10 horas diárias, que não aceitou”, tendo-se apresentado hoje para trabalhar seguindo o calendário semanal de trabalho.
“O que aconteceu foi que a empresa, além de querer alterar o horário, alterou também o mapa de folgas, e quando ela se apresentou hoje para trabalhar as oito horas diárias foi expulsa por um administrador, alegando que ela hoje está de folga”, acrescentou.
Esclarece o sindicato que os horários de 10 horas diárias “só podem ser praticados com o acordo dos trabalhadores, por força do disposto na contratação coletiva” e que para os elaborar “as empresas têm de cumprir formalismos e procedimentos legais, que não foram cumpridos”.
Acrescenta o comunicado que “o Grupo Trofa Saúde, em todas as suas 17 unidades de saúde, pratica horários de trabalho ilegais de 10 e mais horas diárias”.
“Os trabalhadores têm vindo a resistir contra os horários desregulamentados, como foi o caso dos trabalhadores do bloco e esterilização do Hospital Privado de Gaia”, assinala a nota de imprensa.
Enfatizando que “horários desregulamentados põem em causa a saúde dos trabalhadores e a vida pessoal e familiar”, o sindicato admite que “muitos trabalhadores acabam por aceitar estes horários ilegais porque são ameaçados de faltas injustificadas, despedimento ou transferência de serviço”.
“Trata-se de uma grande violência sobre os trabalhadores, que o grupo mantém, apesar dos protestos dos trabalhadores e do sindicato”, acusam.
A fonte disse ainda que a funcionária, “depois de cumprir as folgas do fim de semana, vai apresentar-se na segunda-feira ao trabalho”.
A Lusa tentou uma reação do hospital, mas até ao momento não foi possível.