Portugal é um dos países mais bem representados pelas suas comunidades, fruto da expansão além-mar que começou há 606 anos.
A conquista de Ceuta a 21 de Agosto de 1415, deu início à epopeia marítima portuguesa, e também à deslocação dos portugueses.
A migração foi ao longo da história, um dos maiores dramas da humanidade mas também tem sido a grande transmissora de conhecimento e intercâmbio, entre povos oriundos de diversos pontos do Planeta, contribuindo para a paz e a prosperidade de onde muitos deles, que se fundiram e formaram uma única Nação.
Portugal teve um papel influente nas culturas de muitos países, alguns já não falam a nossa língua, mas ainda conservam muitas das nossas raízes culturais.
Têm sido vários os motivos, que estiveram na origem das grandes vagas migratórias em todo o Mundo, que em alguns casos obrigaram Nações inteiras a deslocarem-se: as causas subjacentes a esta tragédia milenar que também é referenciada na Bíblia, foi sempre uma constante da espécie humana, desde que abandonou a África de onde é oriunda, para depois se espalhar por todos os continentes da Terra.
As mudanças climáticas e a busca por alimento, a que se juntam as guerras e as catástrofes epidémicas, foram durante milénios determinantes para a migração dos povos, e constitui uma marca indelével na sobrevivência da nossa espécie.
Há uns 12 mil anos o homem optou pela sedentarização, onde começou a fixar-se em locais onde as condições alimentares fossem as mais adequadas, começando por defender o seu espaço e lutando para o conservar, foi assim que nasceram as Nações, com todas as diferenças de raças culturas e línguas.
Portugal que já foi um Império e que atualmente é o país com as mais velhas fronteiras da Europa, teve sempre o seu povo em deslocação contínua por várias razões: uma delas foi a necessidade de manter um vasto território além das fronteiras, e ainda outras circunstâncias estão associadas à sobrevivência do seu povo.
Foram muitas as ocasiões em que os portugueses foram forçados a sair em busca de uma vida mais digna, sendo ainda hoje essa opção para dezenas de milhares de jovens licenciados, que elevaram a emigração portuguesa a um estatuto de elite da migração Mundial, mas que deixa o país todos os dias um pouco mais pobre.
A reposição demográfica dos que partem, deu origem a que Portugal fosse nos últimos anos escolhido por migrantes de muitos países que optaram por Portugal, para se fixarem no nosso país que passa também a ser o deles, a quem damos as boas-vindas a todos os que optaram por Portugal para viver, e nos ajudarem a desenvolver o nosso país, e a construir o seu futuro e das suas famílias.
É neste contexto, que o nosso país tem o dever de receber migrantes que procuram trabalho e viver dignamente em Portugal.
A motivação que pesou na vinda de muitos migrantes para Portugal a partir de 1992, foram os grandes eventos que iriam ter lugar a seguir no nosso país como a Expo 98 e o Euro 2004 de futebol, que revitalizaram a economia portuguesa e lançou Portugal na boca do Mundo, o que posteriormente deu origem a que na década seguinte muitos portugueses, subissem ao topo de grandes Instituições na Europa e no Mundo.
Muitos dos migrantes que escolheram Portugal foram exemplos de luta pela sobrevivência, imposta pelo meio social que muitos deles tinham nos seus países de origem.
É neste contexto que a emigração não é de todo um drama porque deixou marcas indeléveis do nosso passado, como país globalizante e conquistador.
- João I foi ao conquistar Ceuta, deu o tiro de partida para que os portugueses fossem o povo com mais representação em todos os Continentes, sendo atualmente o país que em percentagem, tem mais cidadãos a viver além das suas fronteiras.
- João I foi dos grandes obreiros da independência de Portugal, vencedor de várias Batalhas como a de Aljubarrota na crise de 1383 – 1385 e que 30 anos mais tarde com a conquista de Ceuta em 1415 colocou Portugal na frente da globalização do Mundo, dando origem às nossas comunidades que hoje tão bem nos representam.
OBS: Aos grandes da nossa bela História e a todos aqueles, que a querem manter viva para as gerações futuras.
Joaquim Vitorino