Cerca de 1.500 sítios arqueológicos fazem parte da Carta Arqueológica de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, que vai ser apresentada no domingo, naquela cidade alentejana, revelou hoje a câmara municipal.
“A arqueologia do concelho de Reguengos de Monsaraz foi uma das mais intensamente estudadas na segunda metade do século XX, criando um enorme repositório de informação, muitas vezes sem o grau de precisão e detalhe possíveis de obter hoje”, indicou o município.
Por isso, para a elaboração da Carta Arqueológica, foram revistas “mais de 4.500 entradas arqueológicas” referentes aos “cerca de 1.500 sítios arqueológicos” do concelho que constam de inventários nacionais e “essa informação foi sistematizada”, explicou hoje à agência Lusa o arqueólogo Rui Mataloto, que coordenou os trabalhos.
“Nos vários inventários nacionais, havia sítios que apareciam com diferentes designações ou localizações e o que fizemos foi rever essas mais de 4.500 entradas arqueológicas”, a partir das várias fontes documentais, e transpor os dados para o novo documento, acrescentou.
Segundo a Câmara de Reguengos de Monsaraz, no comunicado enviado hoje, a equipa de especialistas envolvida na elaboração da carta “percorreu mais de 1.500 quilómetros a pé pelo concelho”.
“A salvaguarda do património arqueológico passa hoje, em boa medida, pelas entidades municipais de ordenamento do território e pela ação direta de uma comunidade ativa e participativa, mas também desperta para o seu passado e identidade coletiva”, afirmou a autarquia.
Neste contexto, continuou, a realização de uma Carta Arqueológica municipal é “muito mais do que a criação de mais um documento de ordenamento do território, constituindo igualmente um repositório da história local e da identidade coletiva”.
A informação agora reunida na Carta Arqueológica vai ser, posteriormente, “vertida para os instrumentos locais de gestão do património, nomeadamente o Plano Diretor Municipal”.
“Mas também para uma edição que permita a todos uma visão global sobre o património”, acrescentou a câmara.
Neste concelho alentejano, “são já conhecidas centenas de sítios arqueológicos, do Paleolítico à Medievalidade”, o que mostra que o território vivia “máximo dinamismo há 5.000 anos”.
Foi nessa altura que foi erguida “mais de uma centena de megálitos e foi aberto o grande recinto de fossos dos Perdigões”, aludiu a autarquia.
“Todavia, numa paisagem em grande transformação, sinal do dinamismo humano e económico, importa identificar, caracterizar e proteger este património arqueológico para que as gerações futuras retenham o seu sentido identitário”, disse, justificando a importância de o concelho dispor de uma Carta Arqueológica.
A apresentação pública do documento está marcada para as 10:00 de domingo, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.