Adolescentes da Madeira deram “sinal de maturidade” aderindo à vacinação

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Os adolescentes da Madeira deram “um sinal de maturidade” ao aderirem em massa ao ‘open day’ da vacinação contra a covid-19, tendo sido administradas mais 230 vacinas antes da abertura oficial programada, disse o secretário da Saúde.

“Estamos muito satisfeitos com a forma como o ‘open day’ anunciado para hoje está a decorrer, uma vez que ainda antes do seu início já vacinámos 234 jovens adolescentes entre os 12 e os 17 aos”, afirmou Pedro Ramos no Centro de Vacinação do Funchal.

A Madeira começou este sábado a vacinar contra a covid-19 adolescentes a partir dos 12 anos, numa altura em que mais de metade da população adulta residente no arquipélago já está inoculada com a segunda dose.

As vacinas administradas, “recomendadas pela Agência Europeia do Medicamento, são a Johnson e a Pfizer”.

Falando sobre a grande adesão da população adolescente, que eram acompanhados pelos pais, o governante admitiu que “já esperava” e considerou que evidencia “um sinal de maturidade, de cidadania daqueles que pertencem a este escalão etário”.

Pedro Ramos argumentou que são jovens que “têm responsabilidade, que sabem que têm alguma mobilidade, que querem estar com os seus amigos” e “sabem que esta é mais uma arma que têm à sua disposição para continuarem a estar protegidos”.

O governante insular sublinhou que esta é uma medida “adicional” que não vem “imunizar na totalidade”.

Pedro Ramos salientou que o Governo Regional da Madeira tomou a decisão de vacinar os adolescentes a partir dos 12 anos, em sintonia com as autoridades de saúde do arquipélago, “depois de consultar tudo aquilo que tem sido feito a nível mundial, a evolução da pandemia na maioria dos países, não só no continente europeu, mas também mundiais”.

“Sabemos que, neste momento, há 27 países que estão a vacinar os jovens adolescentes entre os 12 e os 17 anos”, destacou.

Pedro Ramos realçou que “os jovens infetam-se” e que a própria Direção-Geral da Saúde (DGS), que recomendou, sexta-feira, a administração da vacina neste escalão etário apenas em casos de comorbilidades, “admitiu que muitas crianças, muitos jovens foram infetados no decurso desta pandemia em Portugal”.

Para o secretário do executivo madeirense, esta constatação é um “sinal que [os adolescentes] precisam estar protegidos adicionalmente”.

“Não podemos proteger apenas um escalão etário, apenas os idosos, os adultos. Temos de proteger os nossos jovens, porque temos de proteger o nosso futuro”, salientou, recordando que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou dados esta semana que indicam que “Portugal estaria a desaparecer”.

Enfatizou ser preciso “proteger os jovens” e “o inicio do ano letivo dentro de um mês”, reforçando que “vacinados estarão sempre todos mais seguros”.

O governante sublinhou que o executivo da Madeira e as autoridades de saúde do arquipélago tiveram “uma opinião diferente” nesta matéria e “respeitam todas as opiniões, toda a fundamentação que possam querer trazer para ter uma posição diferente”

“Mas a decisão do Governo [Regional] desde o início da pandemia, em sintomia com as autoridades regionais tem sido proteger a saúde pública da nossa região e se queremos proteger a saúde publica protegemos dos zero aos 0 anos, os mais idosos, e até vacinamos pessoas com mais de 100 anos”, referiu.

Pedro Ramos destacou que se está perante “um problema de saúde publica”, declarando: “Estamos a falar de uma pandemia. Não podemos ter dúvidas, gerar incertezas, ansiedades e temos de tomar decisões. As decisões que são tomadas são de âmbito sanitário e não devem ter outro tipo de aproveitamento”.

Ainda anunciou que está previsto mais uma ‘casa aberta’ [‘open day’] para esta faixa etária na próxima quarta-feira, que a iniciativa se vai estender a outros concelhos da região, incluindo a ilha do Porto Santo onde muitos passam férias.

Instado a comentar a situação de um casal que foi identificado pela Polícia de Segurança Pública (PSP) junto ao centro de vacinação a tentar dissuadir as pessoas de serem inoculadas, opinou ser uma “perturbação” por parte de pessoas que “se calhar estão a ter este tipo de comportamento porque não estão totalmente informadas sobre o que é que está a decorrer neste momento no Tecnopolo”.

“Aqui está a decorrer uma fase muito importante da abordagem da pandemia na Madeira ao covid-19 e isso tem a ver com a importância que damos à nossa saúde pública e à população”, concluiu.

Segundo os últimos dados da Direção Regional de Saúde, a Madeira registou sexta-feira 27 novos casos de covid-19 e 25 recuperações, tendo sido assinaladas 243 infeções ativas no arquipélago.

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