Madeira mantém recolher obrigatório mesmo que seja revogado a nível nacional

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A Madeira vai manter o estado de calamidade e o recolher obrigatório mesmo que o Governo da República decida em contrário depois da reunião do Infarmed agendada para terça-feira, insistiu hoje o presidente do Governo Regional.

“Não vou acabar com recolher nenhum. Estamos com estado de calamidade, será renovado e vamos manter os horários porque estamos em plena pandemia”, afirmou Miguel Albuquerque confrontado com a possibilidade de ser tomada a decisão de acabar com esta medida a nível nacional depois da reunião Infarmed.

O governante madeirense defendeu que, face à situação epidemiológica regional, é necessário “manter o recolher obrigatório [entre as 01:00 e as 05:00] , o encerramento dos estabelecimentos à hora que está determinada [00:00] e evitar os ajuntamentos e as parvoíces que se têm passado nos últimos tempos”.

O objetivo é a Madeira “não ter mais casos”, disse, mencionando que a região tem hoje “cinco pessoas internadas na zona covid-19” do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, “nenhuma nos cuidados intensivos e “a capacidade hospitalar está complemente salvaguardada”.

“Mas é preciso levar em linha de conta que as cadeias de transmissão estão a ser acompanhadas”, referiu e mencionou que, “neste momento, existem duas no Porto Santo, perfeitamente identificadas”.

Segundo o chefe do executivo insular, naquela ilha, que regista uma grande afluência de visitantes no verão, foram notificados sete casos e estão “32 pessoas já identificadas”.

“Os empresários [do Porto Santo], com exceção de um – que já foi multado – têm-se comportado muito bem. Mas depois há ajuntamentos na praia por parte de malta nova”, referiu.

Miguel Albuquerque defendeu ser necessário “controlar a situação para não ter disseminação da pandemia” naquela ilha que já tem “83% da população vacinada”, o que pode prejudicar a segurança daquele território.

Também apontou que presentemente estão em isolamento mais de 70 pessoas na região (23 no Porto Santo e 53 na Madeira), casos que foram “importados e detetados nos aeroportos”.

Sobre a questão da segurança com a realização do Rally Madeira que decorre no próximo fim de semana, considerou que “evitando a especial da Avenida do Mar [marginal do Funchal], as coisas vão correr bem”, desde que as pessoas mantenham o distanciamento nas provas especiais mais concorridas ao redor da ilha.

“Neste momento, a retoma está a acontecer”, vincou o líder madeirense, opinado que está a decorrer a um ritmo “muito acelerado”, tendo numa semana entrado na região “mais de 30 mil” turistas oriundos do mercado inglês.

Contudo, o governante sublinhou que esta retoma “ainda não é total”, visto “existir um conto conjunto de hotéis fechados”.

Miguel Albuquerque disse ainda que, a partir de 02 de agosto, deve acontecer a reabertura do mercado alemão, um dos principais emissores do turismo para a Madeira.

Por isso, “essa retoma turística está a decorrer. Estamos a diversificar os mercados, mas não está totalmente recuperado e ainda estamos em plena pandemia”, reforçou, enfatizando continuar a ser “fundamental” os apoios às empresas, “sobretudo as que foram mais afetadas pela pandemia”, como as ligadas ao setor do turismo.

O chefe do governo madeirense recordou que o executivo regional já atribuiu apoios ao tecido empresarial afetado pela pandemia no valor de 185 milhões de euros.

De acordo com os últimos dados divulgados no domingo pela Direção Regional da Saúde, a Madeira registou 44 novos casos e mais uma morte, elevando o número de vítimas mortais para 74 e de casos ativos para 253.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.163.235 mortos em todo o mundo, entre mais de 194,1 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.292 pessoas e foram registados 953.059 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

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