A greve dos trabalhadores da Groundforce afetou significativamente a operação da TAP, reconheceu a presidente executiva da transportadora aérea, que antecipou para domingo cancelamentos e atrasos semelhantes no aeroporto de Lisboa.
“Toda a nossa operação foi significativamente afetada. Hoje não tivemos alternativa senão cancelar quase todos os nossos voos. Para amanhã [domingo], são esperados cancelamentos e atrasos semelhantes nas operações da TAP, sobretudo no aeroporto de Lisboa”, adiantou Christine Ourmières-Widener, numa carta deste sábado enviada aos trabalhadores da transportadora a que a Lusa teve acesso.
Segundo a CEO da TAP, a greve dos trabalhadores da empresa de `handling´ “teve impacto na operação da TAP, sobretudo no aeroporto de Lisboa”, uma situação que “afetou todos os clientes com reservas para este fim de semana e todos os colegas que trabalharam hoje incansavelmente para gerir toda esta situação”.
Depois de salientar o “notável esforço da equipa TAP para se adaptar às circunstâncias adversas e inesperadas”, Christine Ourmières-Widener adiantou na mesma carta que, a partir de sexta-feira, foi ativado o plano de contingência de resposta ao cliente para “proteger e notificar diretamente todos os passageiros”.
“Também recomendamos que os clientes cujos voos estão a ser impactados pela greve privilegiem as ferramentas de `self service online´ da companhia, tais como o Manage Your Booking, que permite consultar e alterar a proteção realizada, e o Flight Info Tool, que fornece dados em tempo real de partidas e chegadas, permitindo reduzir o número de chamadas no ‘call center’ sobre pedidos de informação referentes aos voos”, referiu a presidente executiva.
Além disso, de acordo com Christine Ourmières-Widener, a TAP criou, em exclusivo para esta greve, uma página no site na internet da companhia com instruções em caso de dificuldades de voo e de bagagem.
Este sábado foi o primeiro dia da greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como protesto pela “situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias” que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.
Segundo a ANA – Aeroportos de Portugal, foram cancelados 242 voos no aeroporto de Lisboa – 107 chegadas e 135 partidas.
No aeroporto do Porto, a greve levou ao cancelamento de 18 voos (nove chegadas e nove partidas), em Faro e na Madeira foram canceladas três chegadas e três partidas em cada um dos aeroportos e no Porto Santo a paralisação obrigou ao cancelamento de quatro ligações aéreas.
A paralisação vai prolongar-se pelos dias 18 e 31 de julho, 01 e 02 de agosto, o que levou a ANA a alertar para constrangimentos nos aeroportos nacionais, cancelamentos e atrasos nos voos assistidos pela Groundforce, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.
Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de outubro de 2021.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.