A Jornada Mundial a Juventude – Lisboa 2023 (JMJ2023) é uma oportunidade para a Igreja “se apresentar ao mundo como parceira da construção de uma sociedade mais justa e fraterna, onde todos tenham lugar e oportunidades”, considera o Patriarcado.
Na introdução ao programa pastoral do Patriarcado de Lisboa para o triénio 2021/2023, que culminará com a realização da JMJ2023 nos terrenos ao norte do Parque das Nações, nos concelhos de Lisboa e Loures, é defendido que a Jornada – para a qual são esperadas centenas de milhares de jovens de todo o mundo – “é em si mesma um acontecimento evangelizador, não só pelas marcas que traz à cidade, mas também pelos dinamismos evangelizadores que pode introduzir nas práticas pastorais”.
“O anúncio da realização da JMJ em Lisboa trouxe um rasto de luz e de esperança para a Igreja que caminha em Portugal. (…) Será certamente uma experiência única para a Igreja e para toda a sociedade, envolvendo a todos”, acrescenta o documento, que contém também uma mensagem do cardeal-patriarca, Manuel Clemente, que está convicto de que o acontecimento trará “um grande fruto”.
“Refiro-me ao rejuvenescimento eclesial que proporciona uma JMJ, quer pelos destinatários, quer pela orientação do que fizermos no sentido de revivermos com entusiasmo a constante juventude que Cristo oferece à sua Igreja”, escreveu Manuel Clemente na mensagem inscrita no programa pastoral do Patriarcado e que foi colocado à venda em versão impressa.
Entre os objetivos que a Igreja em Lisboa vai tentar alcançar até 2023 estão o início de processos de renovação da Igreja, com especial atenção à realidade juvenil, a promoção da relação com a sociedade civil no sentido de envolver todos, crentes e não crentes, na preparação da Jornada, a criação de novos grupos de jovens nas paróquias, a promoção do acolhimento aos jovens participantes e voluntários da JMJ junto das famílias e oferecer-lhes um itinerário de crescimento na fé e a promoção de uma maior participação e responsabilização dos jovens na vida da Igreja e na pastoral juvenil.
A formação de pessoas “capazes de acompanhar os jovens que lhes são confiados, caminhando ao seu lado” está também inscrita nas metas a alcançar no Patriarcado, que propõe para a sua concretização a criação de um observatório da realidade juvenil e a realização de fóruns de jovens.
A utilização do ambiente digital “como espaço de evangelização e de partilha da fé” é outra das apostas, a par da dinamização de iniciativas “onde a busca, a convocação e o chamamento sejam capazes de atrair novos jovens”, valorizando as expressões artísticas, como o teatro, a pintura, e a música ou a prática desportiva.
“Maria levantou-se e partiu apressadamente” é o tema da JMJ2022, que terá na zona ribeirinha do Tejo, a norte do Parque das Nações, o local de realização.
A Jornada Mundial da Juventude é o maior evento organizado pela Igreja Católica, tendo o anúncio da escolha de Lisboa para receber esta edição sido feito em 27 de janeiro de 2019, na Cidade do Panamá.
Inicialmente prevista para agosto de 2022, a pandemia de covid-19 determinou o adiamento da JMJ um ano.
Portugal será o segundo país lusófono, depois do Brasil, a acolher uma Jornada Mundial da Juventude, criada em 1985 pelo papa João Paulo II (1920-2005).
O Papa é esperado em Portugal no verão de 2023, para o encerramento da JMJ.