A Johnson e Johnson anunciou hoje que a sua vacina de dose única contra covid-19 é eficaz contra a variante Delta, detetada na Índia e particularmente contagiosa, com uma resposta imunológica que pode durar pelo menos oito meses.
De acordo com um estudo realizado pelo grupo americano a um pequeno grupo de oito pessoas que receberam a vacina produzida pela Janssen, farmacêutica do grupo, os anticorpos e as células do sistema imunológico neutralizaram a variante Delta.
Um segundo estudo envolvendo 20 pacientes vacinados no Beth Israel Medical Center em Boston, nos Estados Unidos, produziu os mesmos resultados.
Os dados dos estudos foram enviados para a plataforma de “pré-publicação” de artigos científicos BioRxiv, onde os cientistas podem submeter os seus trabalhos antes de uma possível publicação numa revista científica.
“Acreditamos que a nossa vacina oferece proteção duradoura contra a covid-19 e permite a neutralização da variante Delta”, disse Paul Stoffels, diretor científico da Johnson & Johnson, citado em comunicado.
Os dados estudados ao longo de oito meses mostram que a vacina de dose única desenvolvida pelo laboratório “produz uma forte resposta de anticorpos neutralizantes”, disse Mathai Mammen, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento na Johnson & Johnson.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou na quinta-feira para o risco de uma nova onda da pandemia transportada pela variante Delta na Europa.
Essa variante, inicialmente detetada na Índia, é 40% a 60% mais transmissível do que a Alpha, de acordo com a OMS.
A OMS reiterou que as vacinas são eficazes contra a variante Delta, mas é necessário receber as duas doses, não apenas uma.
A variante Delta do coronavírus, que é particularmente contagiosa, deve representar 90% dos novos casos de covid-19 na União Europeia até o final de agosto, estimou o Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) na semana passada.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.949.567 mortos no mundo, resultantes de mais de 182,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.