A moeda chinesa, o yuan, está hoje a ser negociada no seu valor mais alto, em relação ao dólar norte-americano, desde maio de 2018, com a taxa nos mercados internacionais a atingir 6.385 yuans por dólar.
A taxa oficial que o Banco do Povo da China (banco central) fixa todos os dias situou-se em 6,4099 yuans por dólar e seguiu a mesma tendência de subida.
Analistas citados pelo portal de notícias Caixin apontaram a desvalorização do dólar, o que tem contribuído para um maior fluxo de investimentos nos mercados de capitais chineses.
O canal de investimento que permite a negociação de títulos dos mercados chineses por meio de Hong Kong bateu na terça-feira o seu recorde histórico, com um influxo líquido de 21,72 mil milhões de yuans (2,77 mil milhões de euros).
A imprensa oficial chinesa citou especialistas que apontaram que os investidores estrangeiros têm visto as ações chinesas como um “amortecedor” contra as “fraquezas” de outras moedas, referindo-se ao dólar.
Dong Shaopeng, pesquisador da Universidade do Povo de Pequim, garante que as ações nos mercados norte-americanos estão perto de sofrer uma correção que afetaria também “inevitavelmente” as bolsas chinesas.
No entanto, o especialista defendeu que o efeito sobre as chamadas ‘ações A’ – aquelas de empresas chinesas que são negociadas em Xangai ou em Shenzhen – não será “grave”.
Apesar do efeito positivo nas bolsas chinesas, analistas chineses acreditam que a tendência de alta do yuan em relação ao dólar não vai continuar, já que o yuan excessivamente valorizado pesaria sobre a competitividade das exportações chinesas, que continuam a ser um motor importante da economia do país asiático.