Cientistas podem ter encontrado a quinta força fundamental da natureza, onde uma nova partícula subatómica, parece dar ênfase à possível descoberta da enigmática e indescritível matéria negra.
A novidade gira em torno de um novo tipo de bosão, que possui características inéditas em partículas que se for confirmada, será uma novidade revolucionária disse Jonathan Feng, professor de física e astronomia na Universidade da Califórnia em Irvine.
Durante décadas que a ciência apenas conhecia as quatro forças fundamentais: a gravitação, o eletromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca. Mas se for confirmada a possível existência de uma quinta força, ela mudará completamente a nossa compreensão do Universo, com grandes consequências para a unificação das forças conhecidas, com realce para a energia escura e matéria negra.
A pesquisa científica teve por base, um estudo realizado em 2015 pela Academia das Ciências da Hungria, onde foi detetada uma quantidade impressionante de matéria negra, que se sabia poder existir, mas nunca tinha sido confirmada.
Sabe-se que 70% do Universo é constituído por energia escura, e 25% por matéria negra que são distintas, cabendo apenas 5% à matéria tradicionalmente conhecida.
A descoberta da Academia das Ciências da Hungria terá sido um mero acaso, quando da tentativa para encontrar uma anomalia no decaimento radioativo, que sugeria a existência de uma partícula com apenas 30 vezes o peso de um eletrão. No entanto e de acordo com Feng, as experiências dos Húngaros não confirmam ter encontrado uma nova partícula, não estando claro para eles se seria uma partícula de matéria, ou de uma outra que transmite força.
Todavia não se lhes pode retirar o mérito, porque os levou a uma nova teoria para unir os dados já existentes, que foi fundamental para se chegar à possível 5ª força do Universo.
O estudo que foi publicado na revista Physical Review Letters como uma nova descoberta científica, coloca questões emocionantes e poderá mudar a nossa compreensão do Universo, que combinado com as forças fundamentais já existentes, poderíamos estar a olhar para “manifestações de uma força maior” e admitir que fora do modelo padrão da física conhecida, possa existir outra.
Como referido acima, o Universo é governado por quatro forças fundamentais: a gravitacional, a eletromagnética, nuclear fraca e a nuclear forte. De todas a gravitacional é a menos intensa, sendo 1040 vezes mais fraca que a nuclear forte, no entanto o seu alcance é infinito.
A força eletromagnética também tem um alcance infinito, mas ao contrário da gravitacional é muito mais intensa, sendo um centésimo mais fraca que a nuclear forte.
A força nuclear fraca e a nuclear forte possuem um alcance muito pequeno, que só se verifica a nível atómico. Cada uma dessas forças tem a sua partícula (bosão) correspondente. O Gluão corresponde à força forte e o fotão à eletromagnética, e os bosões W e Z para a força nuclear fraca.
Acredita-se que o gravitão seja o bosão responsável pela força gravitacional. O modelo “standard” da física das partículas explica como são interligadas três das quatro forças fundamentais do Universo, mas não consegue integrar a força gravitacional. Integra a eletromagnética, a nuclear fraca e forte, e explica como interagem nas partículas da matéria. Mas apesar da força gravitacional ser a força com que estamos mais familiarizados, ela não tem lugar neste modelo.
A teoria quântica descreve o mundo microscópico, e a teoria da relatividade geral descreve o macroscópico, mas as duas não conseguem entender-se. Até hoje, ninguém conseguiu conjugá-las matematicamente no modelo “standard”. No entanto, pode-se referir que a gravidade não tem grande influência no mundo microscópico. A física quântica integrou perfeitamente o modelo, embora este exclua uma das quatro forças fundamentais.
Quanto à “quinta força” vamos ter que aguardar, para saber que surpresas o nosso Universo nos reserva!
Joaquim Vitorino – Astrónomo Amador