Máscaras cirúrgicas? Zaragatoas? Luvas descartáveis? Há mais de um ano que os portugueses conhecem bem de mais estes importantes materiais de combate à pandemia. Para celebrar o Dia Mundial da Tartaruga, o SEA LIFE Porto dedica-lhes um novo espaço na sua exposição com o objectivo de alertar para o potencial perigo dos descartáveis para os nossos Oceanos.
A pandemia de COVID-19 veio acentuar de forma drástica o uso de materiais descartáveis e por isso, na continuação das diversas iniciativas de sustentabilidade e conservação que tem vindo a promover, o SEA LIFE Porto aproveitou a reabertura das suas portas para consciencializar a população para o impacto do plástico e do desperdício nos ecossistemas.
A partir desta quinta-feira, para além de ser possível ter a experiência fantástica de alimentar a tartaruga-verde, Mariza, e da habitual exposição de milhares de criaturas, os visitantes do SEA LIFE Porto vão poder encontrar um aquário cujos habitantes foram criados a partir de material descartável usado no combate à pandemia. Desde peixes feitos a partir de máscaras, frascos e zaragatoas a estrelas-do-mar criadas a partir de luvas e garrafas de gel desinfetante, passando por outras criaturas que nasceram da reutilização de aventais, mangas cirúrgicas, toucas e sacos descartáveis para pés.
Rui Ferreira, diretor geral do SEA LIFE Porto, sublinha que “o impacto dos materiais descartáveis no nosso ecossistema é cada vez maior. Em 2019, sentimos uma grande mudança no comportamento das pessoas e vários estudos demonstraram que a sociedade começou finalmente a perceber o impacto das nossas escolhas. Infelizmente, com as necessidades criadas pela pandemia, voltamos a aumentar o uso dos materiais descartáveis e esta exposição serve para alertar para o potencial perigo deste consumo massificado. Não havendo alternativa, é fundamental que estes materiais acabem nos locais apropriados para o efeito e não no fundo dos oceanos”.
Simultaneamente, para celebrar este dia Mundial da Tartaruga, o SEA LIFE Porto inaugura uma nova escultura no seu parque exterior. A Oceana resulta de uma parceria entre o projecto Mar de Experiências e o SEA LIFE Porto e tem como objetivo sensibilizar a população para a poluição ambiental, promovendo a reflexão sobre as consequências dos comportamentos humanos no bem-estar animal e na biodiversidade. Inspirada num dos animais que mais sofrem com a poluição marítima, a tartaruga Oceana foi integralmente construída a partir de lixo recolhido nas praias. De entre a grande variedade de resíduos recolhidos e usados na peça, salienta-se um dos mais tóxicos detritos presentes nas nossas praias: as beatas de cigarro. Num minucioso e paciente trabalho de reutilização, milhares de beatas foram abertas e coladas de forma a criar uma nova textura. Igualmente simbólica é a corda na barbatana da Oceana que representa as diferentes formas como podemos ter um impacto negativo na vida marinha, em particular o sofrimento que, por vezes mesmo inconscientemente, infligimos aos animais.