Os ciberataques em Portugal aumentaram 79% em 2020 em relação ao ano anterior, revelou hoje o Centro Nacional de Cibersegurança, que salienta o aumento dos ataques aos bancos e avisa que a tendência é para piorar.
No relatório anual hoje divulgado, que se centra em 2020, o Centro afirma que o crime ‘online’ ganhou “vantagem com os vários confinamentos sociais”. Enquanto a atividade económica abrandou, com milhões de pessoas a usar meios eletrónicos para trabalhar, os incidentes aumentaram e é de esperar que o seu número não volte a diminuir.
“É expectável que algumas ameaças tenham vindo para ficar, nomeadamente no que diz respeito ao volume de incidentes e a alguns modos de atuação” que se podem tornar mais imprevisíveis, avisa o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS).
Muitas das ciberameaças continuarão, fruto da “persistência da pandemia e dos seus efeitos”, e aproveitarão as “vulnerabilidades provocadas pelo trabalho remoto e pela importância acrescida da esfera digital e de setores como a banca e a saúde” em regime de acesso remoto, indica-se no relatório.
Os 1.347 incidentes identificados em 2020 representam um aumento de 79%, “acentuando o ritmo de subida que já se verificava nos anos anteriores, mas se se contarem aqueles que aproveitam “vulnerabilidades” que permitem a uma atacante fazer ações que não lhe seriam permitidas, o valor atinge 1.418, representando um aumento de 88%.
Por setor, os ataques à banca mais do que triplicaram em 2020, atingindo 229 acidentes e fazendo deste setor o segundo mais atacado.
Em primeiro lugar, o CNCS identificou 626 incidentes em setores e áreas governativas não especificados, enquanto infraestruturas digitais foram o terceiro mais atacado, os fornecedores de serviços de Internet o quarto e ensino superior o quinto setor com mais incidentes registados.