Um documento manuscrito peruano com quase 400 anos e classificado como património cultural, que se encontrava desaparecido há vários anos, foi encontrado em Lisboa pela Polícia Judiciária (PJ) e devolvido ao Peru, no início desta semana.
A Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo da PJ foi quem levou a cabo esta investigação, que permitiu recuperar o documento e devolvê-lo ao país de origem, através da embaixada do Peru em Portugal.
De acordo com fonte da PJ, o documento data da primeira metade do século XVII e tinha sido declarado como Património Cultural pela República do Peru, que o procurava há vários anos.
Este manuscrito viria a ser localizado à venda no eBay pela embaixada do Peru em Portugal, que entrou em contacto com as autoridades, que desencadearam então a investigação.
O documento encontrava-se na posse de um comerciante alfarrabista português, especializado em documentos antigos, que foi sempre colaborante com a polícia durante as investigações, disse a mesma fonte.
A investigação apurou que o manuscrito terá sido adquirido pelo alfarrabista português a um antiquário de nacionalidade alemã, o qual não explicou como o obteve.
“Às vezes é difícil saber de onde vêm os documentos. É provável que ande a circular na Europa há muitos anos entre mãos privadas. Até porque está em excelente estado de conservação”, explicou.
Esta é uma área em que a Polícia Judiciária está a começar a investir, mais porque o comércio de documentos antigos que desapareceram e estão em mãos de particulares está a aumentar muito, realçou a mesma fonte.
A fonte da PJ adiantou que têm aparecido cada vez mais casos destes e que em todos os casos a PJ tem tido sempre a colaboração dos comerciantes legítimos portugueses, porque têm a noção da importância do património cultural.