Luso-canadiano inspira-se na comunidade portuguesa para desenvolver negócios

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O trabalho junto da comunidade portuguesa de Toronto inspirou Andrew Arruda para “revolucionar a indústria da advocacia” e o luso-canadiano é hoje proprietário de duas companhias avaliadas em milhões de dólares.

“Foi a trabalhar junto da comunidade portuguesa que me inspirei para criar a minha primeira companhia. Porque as pessoas adoráveis e fantásticas trabalhadoras não podiam pagar aos advogados em questões de acidentes pessoais, ou assuntos familiares, decidi criar a Ross Intelligence”, afirmou o advogado e empresário de 31 anos, que começou como rececionista num escritório de advogados.

Formado em direito pelo Universidade de Saskatchewan, Andrew Arruda, filho de emigrantes provenientes de São Miguel (Açores) criou em 2015, juntamente com dois estudantes da Universidade de Toronto, a Ross Intelligence, com o objetivo de “revolucionar a indústria da advocacia”.

“Tinha a ideia particular de que há pessoas que não têm acesso a um advogado por ser muito dispendioso. Ao mesmo tempo a inteligência artificial era algo que o tornava mais possível. Nesse sentido juntei-me a dois cientistas de computação para começar a Ross”, frisou.

Antes de se tornar empreendedor, o luso-canadiano trabalhou até 2014 num escritório de advogados localizado no Little Portugal de Toronto, começando por “atender o telefone”, como “rececionista e a preencher documentos”, evoluindo depois para outras posições como “administrativo”, voltando para a companhia como “advogado” após a licenciatura.

Depois de criar a empresa de inteligência artificial, mudou-se para o Silicone Valley, em São Francisco, nos Estados Unidos, próximo de empresas como a Google, angariando cerca de 16,5 milhões de dólares (14 milhões de euros), a trabalhar com milhares de firmas de advocacia no país norte-americano.

O empresário explicou que foi uma “altura fantástica para revolucionar a área do Direito”, mas neste momento também quer deixar a sua marca “no setor da Saúde” através de uma nova empresa lançada oficialmente este mês.

“A ‘Automate Medical’ pretende utilizar dados e informação médica para que todos possam beneficiar das decisões dos médicos permitindo aos profissionais da saúde trabalhar com a tecnológica”, sublinhou, realçando que foram angariados para este projeto cerca de dois milhões de dólares (1,7 milhões de euros).

“Os fundos angariados são provenientes do Projeto Apolo dos irmãos Altman, do Village Global, que tem como Parceiros Limitados (PL) Mark Zuckerberg, Bill Gates e Jeff Bezos. Tem sido uma experiência incrível com esta nova companhia”, acrescentou, confirmando que neste momento já se encontram a trabalhar com unidades hospitalares, tanto no Canadá, como nos Estados Unidos.

O segredo do seu sucesso passa pelas suas raízes portuguesas, açorianas, dos desafios que enfrentou na sua juventude, de uma família de emigrantes, e da integração no Canadá, referiu.

Os portugueses têm um “espírito aventureiro, trabalhador, capaz de criar coisas que podem alterar o mundo” e isso foi algo que sempre inspirou Andrew Arruda.

“Os emigrantes são os melhores empreendedores do mundo. Não há nada tão empreendedor e tão arriscado do que sair de um país, um lugar que conheces, uma gastronomia, a própria língua, a música, a dança, a que estamos habituados”, destacou.

A expansão marítima e a descoberta de novos mundos tiveram um “enorme impacto na história global”, quer através da “invenção, determinação” e “através da coragem, correndo riscos”, justificou, realçando que os motivos por que os emigrantes deixam o país de origem é por “quererem otimizar melhores oportunidades”.

Nesse sentido, pretende, através do sucesso empresarial “fazer do mundo um lugar melhor”, com a Ross Intelligence para “certificar que cada um pode ter acesso a advogados” e com a Automate Medical para “assegurar que cada um tem acesso a cuidados de saúde de excelência”.

“Sempre acreditei que a melhor forma de fazer dinheiro é tornar o mundo num lugar melhor. Sempre digo às pessoas que fico bem, fazendo bem”, frisou, reconhecendo que o seu objetivo pessoal num futuro próximo é conseguir valorizar ambas as empresas em “milhões e milhões de dólares”.

Andrew Arruda integra a lista da Forbes em 2017 de Direito e Política de 30 jovens empreendedores devido ao seu trabalho no “motor de pesquisa online” que utiliza inteligência artificial.

Fotografia www.rossintelligence.com

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