O Grupo de Reflexão e Intervenção da Diáspora Portuguesa da Alemanha (GRI-DPA) pede “mais peso político”, reivindicando um “aumento do número de deputados pela emigração na Assembleia da República” que seja “representativo”.
“Em vários encontros com os deputados do PS e do PSD pela emigração, o GRI-DPA constatou o valioso aumento do número de eleitores registados na emigração, mas ao mesmo tempo um enorme desequilíbrio da sua representação na Assembleia da República”, sublinhou o presidente desta associação, Manuel Campos, em declarações à agência Lusa.
Num comunicado enviado aos jornalistas, o GRI-DPA explica que o número de cidadãos portugueses espalhados pelo mundo está estimado em cerca de 2,3 milhões. Atualmente, pode ler-se no texto, a Assembleia da República é composta por 230 parlamentares para uma população de 10.155.439 habitantes, segundo números deste mês.
“Isto corresponde a um rácio de representatividade de um deputado para 44.154 cidadãos portugueses. No entanto, os 2,3 milhões de cidadãos emigrados são representados por apenas quatro deputados: dois pela Europa e dois pelo resto do mundo”, adianta o comunicado, concluindo que “isto corresponde a um rácio de representatividade de um deputado para 575 mil cidadãos espalhados pelos cinco continentes”.
Para Manuel Campos, isso “reduz a emigração a pedintes e a dependentes por lhes faltar o necessário peso político a que deveriam ter direito como cidadãos”.
O GRI-DPA não aponta ainda assim números, defendendo uma discussão e decisão com caráter de “urgência” pela Assembleia da República, se possível “assessorada por representantes de entidades oriundas da emigração”.
“Paralelamente, devem todos os partidos políticos, sobretudo aqueles que elegeram deputados pela emigração, organizar e iniciar, quanto antes, uma campanha de sensibilização relativa à reivindicação exposta, bem como a elaboração de um programa político, de valor adequado, para as comunidades”, defende no comunicado.
O GRI-DPA lamenta que a “mentalidade enraizada em Portugal” continue a considerar a emigração como “gente de baixo nível educacional”, e por outro lado, como franja de “gente empossada e cheia de dinheiro”.
“Falta-nos o respeito pelo nosso valor político, pela nossa mais-valia cívico política. Por isso reivindicamos uma mudança urgente da atual situação parlamentar”, remata-se no comunicado.