O Governo e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) iniciaram um levantamento para avaliar os meios e necessidades em seis instituições de apoio social da comunidade portuguesa na África do Sul.
De acordo com uma nota enviada à Lusa pelo consulado-geral em Joanesburgo, trata-se de um processo de auscultação, no domínio da capacitação e da formação das instituições envolvidas, realizado no âmbito de um memorando celebrado entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em dezembro de 2020, para apoio à comunidade portuguesa na África do Sul.
“Pretende-se deste modo efetuar um levantamento de meios, desafios e oportunidades atuais por parte das diferentes instituições, todas estas de cariz social e maioritariamente focadas nas áreas do envelhecimento, da deficiência e da incapacidade”, refere no comunicado conjunto o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A colaboração entre o MNE e a SCML na África do Sul, “reforçada no âmbito da visita ao país da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, em novembro último, acompanhada pela dirigente da SCML Maria da Luz Cabral, tem como objetivo central melhorar a prestação de serviços e mecanismos de resposta que atualmente beneficiam a comunidade portuguesa, promovendo a inovação e a capacitação de equipas das instituições envolvidas”, salienta.
“Recorda-se que quatro destas instituições receberam recentemente um apoio global de 60 mil euros por parte da SCML”, adianta.
As reuniões, em formato de videoconferência, iniciaram-se na semana passada com seis instituições na África do Sul: Luso África – Centro de Dia Santo André, Escola do Lusito, Lar N. S. de Fátima, Núcleo de Arte e Cultura – Centro de Dia Coração de Maria, Sociedade Portuguesa de Beneficência – Lar de Santa Isabel e Women’s Group do Fórum Português.
“Outras interações irão seguir-se, noutras partes do país”, adianta a nota sem precisar mais detalhes.
“A comunidade portuguesa é numerosa e empreendedora”, conclui o Ministério dos Negócios Estrangeiros, acrescentando que “atualmente, existem cerca de 70 mil titulares de cartões de cidadão com morada na África do Sul”.
Em novembro de 2020, na sua primeira visita ao país, a secretária de Estado das Comunidades anunciou que o Governo realizou uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), através da qual atribuiu nesse ano uma verba de 60 mil euros a quatro instituições portuguesas na África do Sul, cabendo 15 mil euros a cada entidade.
“Da avaliação que foi feita, foram identificados três lares geriátricos e a Escola Lusito como aquelas que estariam com mais necessidade de apoio e que foram priorizadas para a parceria com a Misericórdia”, explicou.
Na visita a Joanesburgo, Berta Nunes anunciou também que o Governo português vai colocar um adido social na África do Sul em meados deste ano para ajudar os portugueses em situação de carência no país.
Estima-se que residam na África do Sul cerca de 450 mil portugueses e lusodescendentes.