Portugal registou, entre a última semana de outubro e o fim de janeiro, “o período de excesso de mortalidade mais longo” desde 1980, devido à covid-19 e às temperaturas extremas, revela o último relatório do estado de emergência.
O documento do Governo, entregue na Assembleia da República, avança que, em Portugal, foram identificados excessos na mortalidade por todas as causas entre 28 de dezembro e 31 de janeiro, estimando-se 9.084 óbitos em excesso neste período.
Segundo o relatório realizado pela Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, coordenada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o excesso de mortalidade que se observa desde 26 de outubro de 2020 totaliza um excesso de 12.874 óbitos.
O documento dá conta que, entre 26 de outubro de 2020 e 31 de janeiro (14 semanas), foi “o período de excesso de mortalidade mais longo desde 1980 e com uma intensidade extraordinária, em especial durante o mês de janeiro”.
O relatório referente ao estado de emergência entre 31 de janeiro e 14 de fevereiro sublinha que a análise preliminar da mortalidade atribuiu o excesso de óbitos à covid-19 e às temperaturas extremas.
De acordo com o documento da Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, cerca de 69% dos óbitos registados entre 28 de dezembro e 31 de janeiro foram devido à covid-19 e cerca de 26% ao frio extremo.
Sobre os óbitos por covid-19, o relatório refere que a maioria dos mortos (87,5%) tinha idade igual ou superior a 70 anos.
O documento indica igualmente que no período de 31 de janeiro e 14 de fevereiro registou-se uma “forte tendência de decréscimo” de novos casos de covid-19.
O Governo faz também um balanço sobre o número total de ventiladores para ventilação mecânica invasiva adaptáveis ao tratamento de doentes com covid-19 disponíveis no Serviço Nacional de Saúde, que passaram dos 1142 no início da pandemia, em março de 2020, para os 2161.
Portugal já registou 16.595 mortes associadas à covid-19 e 811.306 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, segundo os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS).