Primeiros três comboios elétricos As primeiras três carruagens elétricas, compradas pela CP – Comboios de Portugal à espanhola Renfe, e já sem amianto, começam a operar na Linha do Minho, entre o Porto e Valença, em abril, disse fonte da empresa.
Contactada pela agência Lusa, a propósito da conclusão, pela Infraestruturas de Portugal (IP), da modernização e eletrificação do troço entre Viana do Castelo e Valença e do início dos testes para a certificação da ligação ferroviária, a fonte da CP apontou “para abril o início das marchas comerciais (oferta de comboios de transporte de passageiros)”.
“Assim que a linha seja dada à exploração comercial, a CP iniciará as rotas comerciais o que prevemos que aconteça em abril”, acrescentou a fonte.
Segundo a CP, nessa altura irão começar a operar naquela ligação três carruagens da série ARCO.
“A remoção de amianto está concluída. A CP está também a recuperar as locomotivas da série 2600, nas suas oficinas de Contumil. Até final do primeiro trimestre fica terminada toda a reparação e pintura”, adiantou.
A mesma fonte referiu ainda que “conforme forem ficando prontas mais carruagens serão colocadas ao serviço da linha, ajustando a oferta às necessidades dos passageiros”.
Em novembro de 2020, em comunicado, a CP informou ter concluído a operação de remoção do amianto nas 36 carruagens compradas à espanhola Renfe que precisavam daquele tipo de intervenção, antes do inicialmente previsto.
Na altura, a empresa adiantou que das sete locomotivas necessárias para a futura operação da linha do Minho, a recuperação de três ficaria concluída até ao final do primeiro trimestre de 2021.
Em 15 de setembro, a Renfe revelou que o contrato de venda de 51 carruagens à CP por 1,61 milhões de euros estipula que cabe à companhia portuguesa retirar o amianto que existe nalgumas delas, depois do Jornal Económico ter avançado, com base numa notícia do La Voz de Galicia, que o conjunto de comboios usados “envolvem um risco acrescido devido ao facto de entre os seus materiais se contar o amianto”, tendo sido essa a razão que levou a Renfe a abandonar a operação daquelas composições, entre a Galiza e o País Basco.
A CP esclareceu nesse mesmo dia que a remoção do amianto em 36 das carruagens compradas à Renfe estava prevista no plano de recuperação daquele material e que todas elas estariam descontaminadas até à primeira semana de dezembro.
Na semana passada, à Lusa, a IP apontou o final de março para a certificação da eletrificação do troço entre Viana do Castelo e Valença da Linha do Minho.
A empresa referiu que a fase de construção civil [de modernização e eletrificação] acabou no final de 2020, início de 2021, tendo já sido iniciada a fase de testes, tendo em vista a certificação da linha pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) até final de março.
A modernização e eletrificação da Linha do Minho “está inserida no Plano de Investimentos Ferrovia 2020 e englobou a eletrificação do troço, instalação de sinalização eletrónica e telecomunicações, adequação de ‘layouts’, construção de novas estações técnicas para o cruzamento de comboios de mercadorias e intervenções em obras de arte e passagens de nível”.
O projeto é cofinanciado pelo programa Compete 2020.
A modernização da Linha do Minho foi anunciada em 2011, depois de afastada a possibilidade de encerramento da ligação ferroviária internacional entre a cidade do Porto e Vigo, na Galiza.
Além da eletrificação da Linha do Minho, o projeto de modernização da ligação internacional inclui supressão de passagens de nível, novas subestações, intervenções em túneis e pontes, e instalação de sistemas e telecomunicações sinalização, com um investimento global de 832 milhões de euros.