As vendas vinhos do Douro e Porto atingiram os 517 milhões de euros em 2020, menos cerca de 50 milhões de euros do que no ano anterior, disse a ministra da Agricultura.
Maria do Céu Antunes, que falava ontem na Comissão de Agricultura e Mar a propósito da Casa do Douro, fez também um balanço das vendas dos vinhos produzidos na Região Demarcada do Douro, setor afetado pela crise provocada pela covid-19.
Segundo a ministra, em 2020, as vendas dos vinhos do Porto e do Douro representaram, no total, 517 milhões de euros.
Trata-se de uma quebra no volume de negócios de cerca de 50 milhões de euros comparativamente a 2019.
Relativamente ao Porto, verificou-se uma quebra de 10%, do Douro de 8,5% e, em média, as quebras nas duas denominações de origem, em termos de valor, atingiu os 9,5%.
De acordo com a governante, em valor as exportações de diminuíram 3% e, no mercado nacional, a redução foi de 22%.
A quebra das vendas em Portugal foram muito arrastadas pelo canal Horeca (hotéis e restaurantes), que praticamente fechou, e a diminuição do turismo internacional.
A ministra refutou as acusações de que o Ministério não esteve preocupado com o impacto desta crise no setor e lembrou que tentou mobilizar “todos os recursos disponíveis” para fazer face aos impactos no setor do vinho e da vinha de forma a “minimizar” e “mitigar” os efeitos causados pela pandemia.
Apontou ainda os 18 milhões de euros que foram colocados ao dispor dos agricultura para as medidas de destilação e armazenamento de crise e criação da reserva qualitativa para o vinho do Porto com o valor de cinco milhões de euros.
A ministra elencou também o reforço do programa VITIS para a recuperação e reconversão das vinhas de 50 milhões de euros para os 73,5 milhões de euros e referiu que foram criadas “medidas de discriminação positiva” para as regiões de montanha, onde os custos de produção são mais elevados.
Maria do Céu Antunes disse que cerca de 50% no montante do VITIS, ou seja cerca de 36 milhões de euros, foram para o Douro, e do total das medidas de crise, 29% foram para esta região.
“Entendemos que estivemos desde o primeiro momento atentos e que criámos, dentro daquilo que estava ao nosso dispor, os instrumentos necessários para salvaguardar estas matérias. De qualquer modo isto não esgota, de todo, a nossa intervenção, até porque voltamos a estar confinados, voltamos a ter o canal Horeca com grandes limitações”, salientou.
Maria do Céu Antunes referiu que o Governo português já questionou a Comissão Europeia sobre a continuidade dos instrumentos necessários para mitigar os efeitos da crise no setor.
Vendas dos vinhos do Douro e Porto com redução de 50ME em 2020
