Setor das flores terá “mais espinhos do que rosas” em 2021

Data:

O presidente da Associação de Floricultores de Portugal alertou que 2021 terá “mais espinhos do que rosas” no setor e considerou “muito dramática” a situação, apontando quebras de 90% na exportação e de 80% de faturação.
Em declarações à Lusa, João Paulo Oliveira apontou que, em 2020, o setor das exportações teve quebras de 90%, sendo que, em 2019, “ultrapassaram os 100 milhões de euros”, e de 80% na venda direta de flores.
O responsável referiu que “já há desemprego no setor” e que, dos “cerca de 15 mil produtores, a maior parte vive uma situação muito dramática”.
João Paulo Oliveira deixou críticas ao acesso às ajudas do Estado, referindo que “não chegam aos pequenos” porque “a banca trava” o processo.
“Tal como os outros setores da Economia, não estávamos a contar com a pandemia. Estávamos em crescimento, quer a nível interno, que ao nível das exportações, mas os confinamentos e as medidas de restrições de combate à covid-19 estão a garrotear-nos”, disse.
Segundo João Paulo Oliveira, o setor das flores “vive muito ligado” às festas, principalmente às datas e tradições religiosas, como procissões e romarias.
“Temos dias e épocas ao longo do ano muito marcantes. A começar, há uma tradição religiosa que nos dá pão o ano todo, os enfeites de campas e funerais. Em 2020, e a tendência para 2021 vai no mesmo sentido, o encerramento dos cemitérios, as restrições nos funerais, o cancelamento de casamentos, batizados, comunhões, representou um enorme rombo para a atividade”, apontou.
João Paulo Oliveira referiu que “muito do escoamento do setor era feito para funerais, mas as regras de combate à pandemia, a má informação por parte das funerárias que dizem serem proibidas flores, o número restrito no acesso aos funerais, tudo junto, faz com que quem vivia desse ramo esteja em dificuldades”.
O também produtor alertou que 2021 “não será melhor” do que 2020.
“Vivemos da antecipação. Temos que preparar um ano no ano anterior, por causa da época de semear e colher a flor. Estamos a arriscar a semear a pensar já no Dia da Mãe (em maio) porque já vimos que, no Dia dos Namorados (14 de fevereiro) e na Páscoa (em abril), não haverá grande saída”, disse.
Em 2021 os produtores receiam que aconteça o mesmo que em 2020 com as procissões religiosas, “outro grande miolo” para o setor.
“Temos as encomendas para os andores de romarias e festas. Mas em 2020 também tínhamos e foram canceladas, tudo para o lixo ou reciclar, o que também tem custos. Este ano provavelmente não haverá também essa saída uma vez que as comissões de festas precisam de tempo para organizar os eventos e não se consegue prever o evoluir da pandemia”, apontou.

Share post:

Popular

Nóticias Relacionads
RELACIONADAS

Compal lança nova gama Vital Bom Dia!

Disponível em três sabores: Frutos Vermelhos Aveia e Canela, Frutos Tropicais Chia e Alfarroba e Frutos Amarelos Chia e Curcuma estão disponíveis nos formatos Tetra Pak 1L, Tetra Pak 0,33L e ainda no formato garrafa de vidro 0,20L.

Super Bock lança edição limitada que celebra as relações de amizade mais autênticas

São dez rótulos numa edição limitada da Super Bock no âmbito da campanha “Para amigos amigos, uma cerveja cerveja”

Exportações de vinhos para Angola crescem 20% desde o início do ano

As exportações de vinho para Angola cresceram 20% entre janeiro e abril deste ano, revelou o presidente da ViniPortugal, mostrando-se otimista quanto à recuperação neste mercado, face à melhoria da economia.

Área de arroz recua 5% e produção de batata, cereais, cereja e pêssego cai 10% a 15%

A área de arroz deverá diminuir 5% este ano face ao anterior, enquanto a área de batata e a produtividade dos cereais de outono-inverno, da cereja e do pêssego deverão recuar 10% a 15%, informou o INE.