Aos 43 anos, o antigo vice-presidente do CDS-PP propôs a realização de um Conselho Nacional para convocar eleições antecipadas para a liderança do partido, defendendo que esta direcção “não conseguirá” resolver “a crise de sobrevivência” do partido. Está aberta a guerra entre a atual direcção liderada por Francisco Rodrigues dos Santos, o “Chicão” eleita há um ano. Esta intenção foi revelada num artigo de opinião dado ao Observador, onde Mesquita Nunes fez o seguinte alerta. “O CDS tem um problema de sobrevivência e não tem muito tempo para resolvê-lo”, sublinhando que alegando que “não se trata de uma opinião singular mas de um juízo consensual: não há ninguém que pense que as coisas estão a correr bem” e para isso basta recordar as últimas presidenciais onde quase não teve expressão, isto apesar de Francisco Rodrigues dos Santos e o seu partido terem apoiado Marcelo Rebelo de Sousa.
Adolfo referiu ainda que a atual direção do CDS “tem total legitimidade para continuar em funções, tendo ganho um congresso”, mas deixa o alerta “diariamente se confirma que a actual direcção do CDS não foi capaz de liderar esse projecto e essa estratégia, independentemente das boas intenções”. Mais, “quando o seu mandato terminar, será demasiado tarde…” daí que sublinha “a crise de sobrevivência que o CDS hoje atravessa não conseguirá ser resolvida com esta direcção. Daqui a um ano será tarde demais”.
A RESPOSTA DE “CHICÃO”
O presidente do CDS não tardou a dar resposta a Afolfo Mesquita Nunes. Numa entrevista à Rádio Observador, disse que “gostava de discutir esta questão nos órgãos internos do partido”. Mas disse que “não tem medo rigorosamente nenhum de ir a votos”. Nesta entrevista o líder aproveitou para lançar críticas e farpas ao ex vice-presidente do CDS, na altura liderado por Assunção Cristas, recordando que não foi ele (Francisco Rodrigues dos Santos) “que teve o pior resultado da história do partido e plantou à direita do CDS dois novos partidos”.
Justificando a sua eleição e permanência no partido recordou: “Não fui eleito por padrinhos e barões do partido. Fui eleito pelas bases, pelos militantes, que sabem que este partido lhes pertence e que foi construído de baixo para cima”.
QUEM É ADOLFO MESQUITA NUNES
Tem 43 anos, nasceu em Lisboa, mas cedo rumou à Covilhã para viver com os avós paternos, após a separação dos pais.
Regressou a Lisboa para tirar o curso de Direito na Universidade Católica, onde se licenciou em Direito. Tirou um mestrado em Ciências Jurídico-Políticas, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Advogado e consultor jurídico.
CARREIRA POLÍTICA:
• Militante do CDS desde 1997, foi vogal da Comissão Executiva, vice-presidente da Comissão Política Concelhia de Lisboa.
• A partir de 2011, membro da Comissão Política Nacional do CDS-PP.
• Assumiu funções como vice-presidente da comissão política nacional do CDS em Março de 2016.
• Foi assessor do vereador da Câmara Municipal de Lisboa Pedro Feist.
• Adjunto da Secretária de Estado da Segurança Social do XV Governo Constitucional, Teresa Caeiro.
• Chefe de gabinete do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território do XVI Governo Constitucional, Luís Nobre Guedes.
• Em fevereiro de 2013 foi Secretário de Estado do Turismo, cargo que ocupou até 2015.
CAUSAS MARCANTES:
• Em fevereiro de 2012, foi o único deputado do CDS a votar favoravelmente a proposta de lei para permitir a adoção por casais de pessoas do mesmo sexo.
• Sempre defendeu a despenalização do aborto em Portugal.
• A 10 de fevereiro de 2018 assumiu publicamente a sua homossexualidade.
Por esse motivo, em janeiro de 2019 recebeu o prémio Arco-Íris de 2018 da ILGA Portugal.
*** É a favor de um congresso para eleições antecipadas no CDS-PP?
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